segunda-feira, 4 de abril de 2011

ATÉ QUANDO HAVERÁ ÁGUA SUFICIENTE PARA APAGAR FOGOS POSTOS ? - Portugal capta 1,645 mil milhões de euros com taxa inferior à prevista


Na continuação das ações que o governo demissionário de Portugal, presidido por José Sócrates, vem tomando para enfrentar a grave crise da dívida pública portuguesa, foi lançada mais uma emissão de dívida pública em que Portugal  conseguiu captar na passada sexta-feira, dia 05 de Março, 1,645 mil milhões de euros, a prazo de um ano com uma taxa de 5,793%, menor que a prevista pelos analistas,  numa "emissão extraordinária" que pretendia arrecadar 1,5 mil milhões, informou o Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP).

Como os elevados juros que têm subido progressivamente no mercado de capitais, mercê das notações cada vez mais baixas que as "famigeradas" Agências de Rating vão, especulativamente, impondo a países fragilizados, como Portugal que, sem ter conseguido aumentar o seu crescimento económico  e tendo acumulado uma excessiva  dívida externa (pública e privada), em consequência do consumo e da despesa pública terem vindo a subir a um ritmo maior do que  as receitas, parece ser inevitável e estar eminente que o próprio governo demissionário se virá obrigado a solicitar a "ajuda" e intervenção draconiana do F.M.I. que, certamente, imporá regras duríssimas a Portugal o que, como habitualmente, agravará as já difíceis  condições de vida das classes trabalhadoras e da classe média, esta já também empobrecida em consequência de uma  alta taxa de desemprego que  afeta  uma grande parte das famílias portuguesas.

Este comportamento do ultra radical Capitalismo Financeiro, corporativo, sem rosto, sem ética e sem responsabilidade social, que se mistura e esconde da sua origem, por detrás do FMI, vai permitindo  lançarem ataques perversos e violentos contra países, esbulhando-os, como no caso de Portugal, da Espanha e da Grécia, que se encontram em semelhantes situações de fragilidade, em consequência de más governanças que não foram capazes de enfrentar a Grande Crise que avassalou o mundo. Estes ataques procuram também enfraquecer o €uro, a moeda da União Europeia - UE.

Por isso, a preversidade maior desta situação, está nestas Agências de Rating - as mesmas que davam altas notações de confiança aos "bancos e títulos tóxicos" que vendidos a todo o mundo pelos Bancos Norte Americanos, provocaram a mais gigantesca fraude financeira da história, causando uma Crise que abalou o mundo inteiro - Agências de Rating vão descendo, agora, sistematicamente as notações de credibilidade dos países que estão na mira, mas criam uma situação imoral que é a de cada vez que provocam dificuldades  por aumento de juros, em maiores constrangimentos vão  colocando os países devedores de poderem pagar esses juros especulativos e amortizar as dívidas, exaurindo todos os recursos de tal modo que se vão impossibilitando de cumprir os pagamentos de amortização das dívidas e até dos juros que não param de se multiplicar. Por outro lado, esta roda-ciclo pérfido, também impede os países de ganharem algum fôlego e  espaço de manobra para promoverem o crescimento. 

É este um Ciclo Infernal que, muito claramente, evidencia a natureza agressiva e criminosa deste Capitalismo Financeiro que assim procede impunemente para refazer o modelo e o processo que, por excesso de ganância implodiu na Grande Crise e que, agora, e novamente com a cumplicidade das Agências de Rating ao seu serviço, procuram restabelecer. As últimas manobras deste processo criminoso são já bem conhecidas: enfraquecidos, exauridos os países mais frágeis que se vêm a enfrentar o pagamento de dívidas que, por juros especulativos, vão sempre aumentando mais, nem pemitindo sequer , em muitas ocasiões e casos, amortizar juros das dívidas, são compelidos a empenharem-se ainda mais perante o FMI e outras fontes da mesma natureza.

E quando as cotações em bolsa das empresas desses países estiverem completamente em baixa, operam-se, os últimos golpes fatais de todo o modelo de rapina., atacando essas bolsas, pela compra em massa  a preços rebaixados, dos títulos já muito desvalorizados das mais apetecíveis empresas. Essas Bolsas, entram em recessão pela fuga posterior dos capitais volantes, eixando-se as empresas descapitalizadas e desvalorizadas, para mais tarde se operar o reaparecimento desses capitais,  após as "reanimações" operadas na economia e nas empresas pelo FMI, à custa dos sacrifícios e  e dos prejuízos extorquidos, por impostos e congelamentos de salários, para revenderem os activos antes comprados a preços de quase banca-rota, agora cotados a preços também especulativamente altos, porque se voltam a revalorizar pelas fortes animações de procura que estes operadores então exercem, para voltarem a desaparecer dessas bolsas de valores, como o fizeram repentinamente antes.

Quando, como no caso português, se soma à chamada Crise Mundial, uma outra crise interna, íntrínseca e estrutural, que se vai agravando, ou por as condições políticas de quem governa não serem favoráveis a uma boa governação por falta de maiorias partidárias de apoio, ou por vazio político ou excesso de "guerrilha" de oposições irresponsáveis e imcompetentes, e ainda, por falta de coragem política, lucidez e competência governativa, gera-se um descontrolo, um caos, e constitui-se o terreno pantanoso ideal para nele florescerem todas as corrupções e rupturas e surgirem as operações de ataque por parte das forças do tal Capitalismo Financeiro, sem rosto, sem lei, sem regra, sem controlo, sem responsabilidade social que aparece "escondido", "disfarçado", por detrás de instituições financeiras como o FMI e outros Fundos Internacionais, para se operarem as manobras atrás descritas.
 
Curiosidade estranha, ou não tanto:

Esta operação de finaciamento do governo português, pela emissão e venda de títulos de dívida pública, a que acima nos referimos, foi um "êxito" e  registou uma procura 1,4 vez superior à oferta, segundo o IGCP.

Carlos Morais dos Santos

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