sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CLARA FERREIRA ALVES UMA DAS MAIS DISTINTAS, CORAJOSAS E INDEPENDENTES JORNALISTAS PORTUGUESAS, DENUNCIA A GRANDE E IMPUNE PERVERSÃO QUE CORROE PORTUGAL E A DEMOCRACIA PORTUGUESA

Com a devida vénia e créditos ao jornal Expresso, reproduzimos a seguir a este nosso texto introdutório, um artigo publicado pela sempre corajosa jornalista Clara Ferreira Alves que, assumindo por inteiro o papel de busca e defesa da verdade para a trazer a público, em defesa das causas públicas -  que é o dever e  compromisso ético de um verdadeiro jornalista - nos apresenta uma dura análise crítica de indesmentível coragem, em que denuncia as perversões que estão corroendo a democracia portuguesa e a degradar a imagem e a vida neste Portugal que, como diz Fernando Pessoa nos dois  últimos versos de um de seus poemas do livro "Mensagem" - 2ª. Parte: Mar Português - Poema "O Infante:
 ...Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!


Clara Ferreira Alves, distinta jornalista, escritora, promotora e gestora cultural, é uma mulher inteligente, audaciosa, possuidora de grande cultura, com uma vida dedicada a um jornalismo de intervenção cívica, de vigilância democrática, de busca e luta pela Verdade, pela Justiça e pela Razão, representa, frequentemente, e com dureza e coragem inauditas,  a voz da denúncia e da revolta das grandes maiorias silenciosas, amordaçadas, seja pela inércia, seja pela falta de educação cívica, seja pela cúmplice indiferença, ou pelos velhos medos ainda residuais instalados por 48 anos de ditadura, ou pelos novos medos que povoam subtilmente a sociedade portuguesa atual.


Esses medos, são também alguns de que falou recentemente Mia Couto nas "Conferências do Estoril 2011",  mas em Portugal podem acrescentar-se os medos perante os sistemas de coação que os vários e sucessivos grupos partidários que se têm instalado no poder vão disseminando sobre todas as instituições públicas e privadas, e que foram subreptícia e solidariamente instalados em redes de interesses cruzados comuns, ocupando os orgãos vitais da nação, por um exército de parasitas, imcompetentes, corruptos e cleptómanos políticos e seus associados nos setores empresariais e financeiros do país, corroendo as positivas forças vitais da nação, delapidando o presente e o futuro, amordaçando tudo e todos - incluindo agentes da comunicação social, da justiça e da honesta política.


E, assim, se foi cavando o empobrecimento, o individamento, a ineficiência geral, a descaracterização cívica, social e cultural, comprometendo o futuro das novas gerações, enquanto, como aves de rapina, uns, ou vampiros, outros, se vão esses parasitas nutrindo dos restos que ainda existem e do sangue da nação, causando o aumento da pobreza, a inclusão nessa pobreza de parte da clase média, banqueeteando-se com o repentino surgimento de cada vez mais e maiores novas fortunas, alimentando a ganância dos setores e agentes mais egoisticamente especulativos da sociedade. 

PORTUGAL ESTÁ DOENTE, FERIDO GRAVEMENTE PELOS ANTI-PATRIOTAS E PELOS IDIOTAS INCOMPETENTES, DESONESTOS  MAS GANANCIOSOS, MAS, ACREDITO, QUE A SUA ANTIGA E GLORIOSA HISTÓRIA HÁ-DE REESCREVER-SE PELO LEVANTAMENTO CÍVICO DAS CONSCIÊNCIAS QUE, DE ALGUM MODO, HÃO-DE ESCORRAÇAR DA POLÍTICA E DA GOVERNAÇÃO OS SEUS PARASITAS.


E OS JUSTOS CAMINHOS DA DEMOCRACIA HÃO-DE VOLTAR A PERCORRER-SE, NEM QUE PARA ISSO HAJA QUE FAZER UMA NOVA REVOLUÇÃO, UM NOVO ABRIL DEMOCRÁTICO SEM CONTAMINAÇÕES, UMA DESPARAZITAÇÃO RADICAL!

Existem, felizmente, hoje em dia, novos espaços de afirmação da liberdade de expressão de protesto e de formação cívica das consciências, como é o caso da internet, especialmente por intermédio de Blogues e Sítios dedicados à cidadania, como é o caso do PRO-CIVITAS, que ninguem poderá calar, porque nestas praças cívicas abertas ao mundo global, as denúncias serão sempre divulgadas e conhecidas rapidamente muito para além das fronteiras de controlo que os sistemas corruptos podem instalar.
POR ISSO, E TAL COMO EM CLARA FERREIRA ALVES, JORNALISTA PORTUGUESA, OU EM MIA COUTO, ESCRITOR MOÇAMBICANO, O MEDO NÃO MORA AQUI NO PRO-CIVITAS, E O NOSSO ESPAÇO DE AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS, ASSIM  COMO OS DEVERES QUE UMA DEMOCRACIA REGULADA,VIGIADA NÃO PODE ALIENAR, ESSTARÃO SEMPRE EM DEBATE ABERTO NESTA "PRAÇA DA LIBERDADE" QUE É ESTE NOSSO BLOGUE-REVISTA PRO-CIVITAS UNIVERSALIS.

Carlos Morais dos Santos


ESTE É O MAIOR FRACASSO DA DEMOCRACIA PORTUGUESA !
(Por Clara Ferreira Alves)


Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.

Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenci=da, mas mais honesta que estes bandalhos.

Em dado momento, a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os osso ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.

Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou-a acção com a criação das Novas Oportunidades.

Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.

Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado, não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma= peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguem que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos? Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita=que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecidas antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.

Arranjou-se um =ode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fo=ografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gent= "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos,=onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?

O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pe=ueno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicica?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e=marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.

Ninguém quersaber a verdade.

Ou, pelo menos,tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os &qu=t;senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre menin=s ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções de lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputaçõs, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa

Clara Ferreira Alves - "Expresso"


CONFERÊNCIAS DO ESTORIL 2011 - O ESCRITOR MOÇAMBICANO MIA COUTO SOBRE O MEDO - "COMEMORAR O MEDO: "MUDAR O MEDO: HÁ QUEM TENHA MEDO QUE O MEDO ACABE !"



http://youtu.be/jACccaTogxE


Trecho:


"O medo foi um dos meus primeiros mestres.Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas aprendi atemer monstros, fantasmas e demónios. Os anjos, quando chegaram, já era para me guardarem. Os anjos actuavam como uma espécie deagentes de segurança privada das almas.Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entresentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando meensinaram a recear os desconhecidos. Na realidade a maior parte daviolência contra as crianças sempre foi praticada, não por estranhos,mas por parentes e conhecidos.Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam essevelho engano de que estamos mais seguros em ambiente quereconhecemos.Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditarque eu estaria mais protegido apenas por não me aventurar paraalém da fronteira da minha língua, da minha cultura, do meuterritório.O medo foi afinal o mestre que mais me fez desaprender..."
Leia na íntegra em:

http://pt.scribd.com/doc/66959016/Conferencia-Seguranca-Estoril-2011-MIA-COUTO


Mia Couto vencedor do Prémio Eduardo Lourenço 2011


O escritor moçambicano Mia Couto é o vencedor da sétima edição do Prémio Eduardo Lourenço, no valor de 10 mil euros, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI)

BIOGRAFIA:

Filho de portugueses[2] que emigraram a Moçambique em meados do século XX, Mia nasceu e foi escolarizado na Beira. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques (agora Maputo). Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência. Foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. A seguir trabalhou como diretor da revista Tempo até 1981 e continuou a carreira no jornal Notícias até 1985. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas contra a propaganda marxista militante[3]. Dois anos depois, demitiu-se da posição de diretor para continuar os estudos universitários na área de biologia.


Além de considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. Em 2007, foi entrevistado pela revista Isto É[4]. Foi fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador[5].
Bibliografia:

Muitos dos livros de Mia Couto são publicados em mais de 22 países e traduzidos em alemão, francês, espanhol, catalão, inglês e italiano.


Poesia:

Estreou-se no prelo com um livro de poesia, Raiz de Orvalho, publicado em 1983. Mas já antes tinha sido antologiado por outro dos grandes poetas moçambicanos, Orlando Mendes (outro biólogo), em 1980, numa edição do Instituto Nacional do Livro e do Disco, resultante duma palestra na Organização Nacional dos Jornalistas (actual Sindicato), intitulada "Sobre Literatura Moçambicana".
Em 1999, a Editorial Caminho (que publica as obras de Couto em Portugal) relançou Raiz de Orvalho e outros poemas que teve sua 3ª edição em 2001.
A mesma editora dá ao prelo em 2011 o seu segundo livro de poesia, "Tradutor de Chuvas".


Contos:

Nos meados dos anos 80, Couto estreou-se nos contos e numa nova maneira de falar - ou "falinventar" - português, que continua a ser o seu "ex-libris". Nesta categoria de contos publicou:


Vozes Anoitecidas (1ª ed. da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1986; 1ª ed. Caminho, em 1987; 8ª ed. em 2006; Grande Prémio da Ficção Narrativa em 1990, ex aequo)


Cada Homem é uma Raça (1ª ed. da Caminho em 1990; 9ª ed., 2005)


Estórias Abensonhadas (1ª ed. da Caminho, em 1994; 7ª ed. em 2003)


Contos do Nascer da Terra (1ª ed. da Caminho, em 1997; 5ª ed. em 2002)


Na Berma de Nenhuma Estrada (1ª ed. da Caminho em 1999; 3ª ed. em 2003)


O Fio das Missangas (1ª ed. da Caminho em 2003; 4ª ed. em 2004)


Crónicas:

Para além disso, publicou em livros algumas das suas crónicas, que continuam a ser coluna num dos semanários publicados em Maputo, capital de Moçambique:

Cronicando (1ª ed. em 1988; 1ª ed. da Caminho em 1991; 7ª ed. em 2003; Prémio Nacional de Jornalismo Areosa Pena, em 1989)


O País do Queixa Andar (2003)


Pensatempos. Textos de Opinião (1ª e 2ª ed. da Caminho em 2005)


E se Obama fosse Africano? e Outras Interinvenções (1ª ed. da Caminho em 2009)


Romances:

E, naturalmente, não deixou de lado o género romance, tendo publicado:
Terra Sonâmbula (1ª ed. da Caminho em 1992; 8ª ed. em 2004; Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995; considerado por um juri na Feira Internacional do Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX)


A Varanda do Frangipani (1ª ed. da Caminho em 1996; 7ª ed. em 2003)


Mar Me Quer (1ª ed. Parque EXPO/NJIRA em 1998, como contribuição para o pavilhão de Moçambique na Exposição Mundial EXPO '98 em Lisboa; 1ª ed. da Caminho em 2000; 8ª ed. em 2004)


Vinte e Zinco (1ª ed. da Caminho em 1999; 2ª ed. em 2004)


O Último Voo do Flamingo (1ª ed. da Caminho em 2000; 4ª ed. em 2004; Prémio Mário António de Ficção em 2001)


O Gato e o Escuro, com ilustrações de Danuta Wojciechowska (1ª ed. da Caminho em 2001; 2ª ed. em 2003), com ilustrações de Marilda Castanha (1ª ed. brasileira, da Cia. das Letrinhas, em 2008)


Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra (1ª ed. da Caminho em 2002; 3ª ed. em 2004; rodado em filme pelo português José Carlos Oliveira)


A Chuva Pasmada, com ilustrações de Danuta Wojciechowska (1ª ed. da Njira em 2004)


O Outro Pé da Sereia (1ª ed. da Caminho em 2006)


O beijo da palavrinha, com ilustrações de Malangatana (1ª ed. da Língua Geral em 2006)


Venenos de Deus, Remédios do Diabo (2008)


Jesusalém [no Brasil, o livro tem como título Antes de nascer o mundo] (2009)


Prémios:

1995 - Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos


1999 - Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra


2001 - Prémio Mário António, pelo livro O último voo do flamingo


2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas


2007 - Prêmio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura


2011 - Prémio Eduardo Lourenço 2011[6]


  • Academia Brasileira de Letras
  • É sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras, sendo sexto ocupante da cadeira 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.
Trabalho como biólogo:

Como biólogo, dirige a Avaliações de Impacto Ambiental, IMPACTO Lda., empresa que faz estudos de impacto ambiental, em Moçambique. Mia Couto tem realizado pesquisas em diversas áreas, concentrando-se na gestão de zonas costeiras. Além disso, é professor da cadeira de ecologia em diversos cursos da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).[1][7]

Referências1.↑ 

1.   http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=2922&op=all


2.↑ Cf. Biografia no site do Teatro D. Maria.


3.↑ Chabal, Patrick. ‘’Vozes Moçambicanas’’. Vega: Lisboa, 1994. (274-291)


4.↑ Furtado, Jonas. "Entrevista a Mia Couto", Revista Isto É, Editora Três, 2007-09-26. Página visitada em 2009-12-01.


5.↑ Mia Couto Biografia


6.↑ Informação na página do Centro de Estudos Ibéricos.


7.↑ http://www.ionline.pt/conteudo/64700-mia-couto-nao-levo-escrita-nem-biologia-muito-serio

Ligações externas

Artigo: "Exílio e identidade: uma leitura de Antes de nascer o mundo, de Mia Couto", de Shirley de Souza Gomes Carreira- UNIABEU


Artigo: "As páginas de terra de Mia Couto"


Artigo: O outro pé da sereia: o diálogo entre ficção e história na figuração da África contemporânea,de Shirley de Souza Gomes Carreira- UNIGRANRIO


Artigo: Mia Couto homenageado no Festlip


Folheto: 12th International Writers Festival: Mia Couto


Precedido por


David Mourão-Ferreira ABL Sócio Correspondente - cadeira 5


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A CIDADANIA GLOBAL CONTRA A REPRESSÃO ASSASSINA DA DITADURA SÍRIA, QUE JÁ ASSASSINOU MAIS DE 5.500 MANIFESTANTES OPOSITORES - Esquadrões de morte sírios estão assassinando manifestantes em camas de hospitais. - ASSINEMOS JÁ A PETIÇÃO DA AVAAZ - Um poema de Carlos Morais dos Santos ,..

Caros amigos,


Esquadrões de morte sírios estão assassinando manifestantes em camas de hospitais, enquanto a Rússia arma o regime e bloqueia a ação internacional que tenta acabar com a carnificina. Mas a pressão está crescendo nessa região, e se a quantidade suficiente de nossas vozes falar agora, poderemos persuadir a Turquia e a Alemanha a usarem sua influência fazendo com que a Rússia pare de fortalecer esse regime assassino. Junte-se a mim, assine a petição urgente e envie para todos:

Não consigo tirar essa imagem da minha cabeça. Um jovem manifestante sírio entrando no hospital com um ferimento na perna, e saindo com uma bala na sua cabeça. Sua família, chorando, descreveu como o regime devolveu o corpo do jovem a eles e complementou, "Não existe mais lugar seguro na Síria – nem mesmo nos hospitais."

Durante seis meses, conversei com sobreviventes de tortura e estupro, e chorei a perda de alguns de meus próprios amigos, ativistas de direitos humanos pacíficos. Mas nesse exato momento a pressão está aumentando na região, e há uma coisa que todos nós podemos fazer para acabar com a carnificina e parar com esses hospitais de horror: persuadir urgentemente o maior apoiador e financiador de armamentos da Síria, a Rússia, para que não bloqueie a ação global.

Até agora, ninguém responsabilizou a Rússia por fornecer armamentos para essas atrocidades acontecerem, mas se vocês se juntarem a mim agora podemos mudar isso -- a Chanceler alemã Merkel e o Primeiro Ministro turco Erdogan possuem e podem usar de grande influência sobre a Rússia e apoiar o movimento de democracia sírio. Juntos, vamos apelar a esses países que ajam em conjunto com a Liga Árabe e a imprensa russa para impedir o bloqueio da ação da ONU na Síria. Assine a petição urgente para a Alemanha e Turquia -- vamos entregá-la a dois ministros de Relações Internacionais essa semana:

http://www.avaaz.org/po/stop_the_horror_in_syria_a/?vl

Pelo menos 5.500 pessoas foram mortas na Síria, o mesmo que em toda a guerra do Kosovo. De acordo com funcionários dos hospitais e testemunhas com quem a Avaaz conversou, as forças de segurança da Síria têm usado os hospitais e veículos do Crescente Vermelho para prender, matar e torturar dezenas de manifestantes pró-democracia e deter médicos, desafiando abertamente leis internacionais.

Vergonhosamente, há duas semanas a Rússia liderou o Conselho de Segurança das Nações Unidas no bloqueio à ação global para impedir a matança de inocentes do regime sírio. E, ao mesmo tempo, entregou armamentos de alta potência para os assassinos.

Mas, nesse exato momento, a pressão sobre Assad está aumentando -- sanções econômicas deixaram seu exército sem recursos e exauridos, e a Liga Árabe lhe deu duas semanas para se encontrar com os líderes reconhecidos da oposição. Agora, há dois países-chave que podem mudar o equilíbrio dessa situação, afastando-a do banho de sangue: a Turquia, vizinho da Síria e potência nacional emergente, e a Alemanha, segundo maior parceiro comercial da Rússia e seu tradicional intermediário.

Tanto a Turquia quanto a Alemanha são influenciáveis pela opinião global e estão emergindo como campeões para o movimento pró-democracia sírio. Uma forte pressão de todos nós pode fazer com que eles pressionem a Rússia e impedir que o país continue a fortalecer o regime. Assine a petição agora -- eu entregarei as assinaturas aos ministros de Relações Internacionais da Turquia e da Alemanha essa semana:

http://www.avaaz.org/po/stop_the_horror_in_syria_a/?vl

Enquanto alguns governos estão desesperados sobre o que fazer, os membros da Avaaz estão fazendo uma diferença real na Síria. Ajudamos a empurrar duras sanções ao petróleo que financia a repressão de Assad. Furamos o apagão da mídia e trabalhamos incansavelmente para documentar desaparecimentos e outros crimes, desmantelando as mentiras do regime. Vamos manter a chama da esperança acesa e iluminar o caminho para uma Síria pacífica e democrática.

Com esperança,

Wissam Tarif e toda a equipe da Avaaz

Mais informações:

Confrontos na Síria deixam dezenas de mortos (Último Segundo)
http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/confrontos-na-siria-deixam-dezenas-de-mortos/n1597288099224.html

Violência causa mais vítimas na Síria, UE apoia oposição (AFP)
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hJKto3g68dBbKdY52oX03JKakBVA?docId=CNG.279731f3e9dad82c2b2f48e41d6c3e28.51

Dilma pede fim imediato da repressão na Síria (Terra Brasil)
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5419525-EI17594,00-Dilma+pede+fim+imediato+da+repressao+na+Siria.html

Turquia dialoga com conselho de oposição da Síria (Estadão)
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,turquia-dialoga-com-conselho-de-oposicao-da-siria,787054,0.htm

Liga Árabe vai discutir suspensão da Síria, diz representante (Folha de São Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/991494-liga-arabe-vai-discutir-suspensao-da-siria-diz-representante.shtml

O veto da Rússia na ONU e as relações comerciais com a Síria (New York Times) (em inglês)
http://www.nytimes.com/2011/10/06/world/middleeast/with-united-nations-veto-russia-and-china-help-syria.html?_r=1


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PELA PAZ E PELA VIDA

Faz da palavra, pela vida,
a arma que não desarma,
A tua voz erguida !
Passa a tua palavra que é de ouro,
não fiques no silêncio e na apatia,
ergue a tua voz num grande coro,
contra a injustiça, pela cidadania,
por uma política com decoro !
milita pela paz, contra a fome e a pobreza,
alia-te ao exército dos defensores da natureza
serás ouvido, enfim, porque tua palavra é de ouro ! 
  
Carlos Morais dos Santos
Cônsul (Lisboa) da Assoc. Internacional "Poetas Del Mundo"

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

DE CARLOS MORAIS DOS SANTOS, EXCERTO DO POEMA "DEMOCRACIA E LIBERDADE" X CORRUPÇÃO E PREVERSÃO - A PROPÓSITO DA NOTÍCIA: Milhares de norte-americanos ocuparam sem violência a Wall Street - um epicentro do poder financeiro global e da corrupção. CIDADÃOS, MOBILIZEM-SE E SUSBCREVAM JÁ O APELO DA AVAAZ!













(Pequene Excerto do Poema) 
DEMOCRACIA E LIBERDADE
...

Diz-se que a democracia
É o regime da Liberdade !

É sempre assim, será verdade ?

 Diz-se que quem governa
São do povo representantes.
É o povo quem mais ordena !
Diz-se que sempre o povo
Tem na mão a sua arma,
Invensível, que não desarma:
É o voto da mudança
É o acto da correcção
Do rumo da governação
Que se sensura em liberdade !

É sempre assim, será verdade ?

É o povo quem mais ordena ?

Ou a tirania de quem governa ?

Os eleitos para servirem o bem comum
Corrompem-se sem pudor algum !
Enriquecem com desonestidades
E atropelam as liberdades !
Manipulam as opiniões
Para enganarem corações
Com promessas nunca cumpridas
Sobre justas aspirações
Adiadas ou esquecidas !
Decidem contra a Justiça,
 o Direito e a Razão
e com todo o despudor
servem-se da governação !


Mas, então, a democracia
Não é o regime da Liberdade ?
Não é a melhor via
Para a Justiça e Solidariedade ?
É a democracia o reino da Liberdade,
Da Igualdade e da Solidariedade ?

É sempre assim, será verdade ?
  
Carlos Morais dos Santos
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DA AVAAZ  

A Avaaz é uma rede de campanhas globais de 9 milhões de pessoas que se mobiliza para garantir que os valores e visões da sociedade civil global influenciem questões políticas internacionais. ("Avaaz" significa "voz" e "canção" em várias línguas). Membros da Avaaz vivem em todos os países do planeta e a nossa equipe está espalhada em 13 países de 4 continentes, operando em 14 línguas. Saiba mais sobre as nossas campanhas aqui, nos siga no Facebook ou Twitter.

Queridos amigos,



Milhares de norte-americanos tomaram conta de Wall Street -- se juntando a um movimento global de Madri a Jerusalém para recuperar a democracia dos interesses corruptos. Se milhões de nós apoiá-los, vamos impulsionar seus ânimos e mostrar aos meios de comunicação e líderes que este não é um movimento extremista. Clique abaixo para assinar a petição - cada assinatura será mostrada ao vivo em um gigante contador no meio da ocupação de Wall Street:
Milhares de norte-americanos ocuparam sem violência a Wall Street - um epicentro do poder financeiro global e da corrupção. Eles são os últimos raios de luz em um novo movimento pela justiça social que está se espalhando rapidamente pelo mundo: de Madrid a Jerusalém e a 146 outras cidades, com outras aderindo a cada instante. Mas eles precisam de nossa ajuda para triunfarem.

Como são as famílias de trabalhadores que estão pagando a conta de uma crise financeira causada por elites corruptas, os manifestantes estão exigindo uma verdadeira democracia, justiça social e combate à corrupção. Mas eles estão sob forte pressão das autoridades e alguns meios de comunicação estão retratando-os como grupos extremistas. Se milhões de nós de todo o mundo os apoiarem, vamos aumentar a sua determinação e mostrar a mídia e aos líderes que os protestos fazem parte de um movimento massivo pela mudança.

Este ano pode ser o nosso 1968 desse século, mas para ter sucesso ele deve ser um movimento de todos os cidadãos, de todas classes sociais. Clique para participar da campanha para a democracia real - um contador gigante será erguido no centro da ocupação em Nova York mostrando ao vivo cada um de nós que assinarmos a petição e retransmitido ao vivo na página da petição:

http://www.avaaz.org/po/the_world_vs_wall_st/?cl=1314042763&v=10609

A onda mundial de protestos é o capítulo mais recente na história deste ano do poder global do povo. No Egito, as pessoas tomaram a praça Tahrir e derrubaram seu ditador. Na Índia, o jejum de um homem trouxe milhões às ruas e o governo teve que ceder - vencendo uma ação real para acabar com a corrupção. Durante meses, os cidadãos gregos protestam sem descanso contra os injustos cortes nos gastos públicos. Na Espanha, milhares de "indignados" desafiaram a proibição de manifestações pré-eleitoral e montaram um acampamento de protesto na praça do Sol para manifestar contra a corrupção política e a manipulação do governo da crise econômica. E neste verão em Israel as pessoas construíram "cidades de tendas" para protestar contra o aumento dos custos de habitação e por justiça social.

Estes assuntos nacionais estão ligados por uma narrativa global de determinação para acabar com a conivência das elites e de políticos corruptos - que em muitos países ajudaram a causar uma prejudicial crise financeira e agora eles querem que as famílias de trabalhadores paguem a conta. O movimento de massas que está respondendo a isso pode não só garantir que o ônus da recessão não caia sobre os mais vulneráveis, mas também pode ajudar a melhorar o equilíbrio de poder entre democracia e corrupção. Clique para apoiar o movimento:

http://www.avaaz.org/po/the_world_vs_wall_st/?cl=1314042763&v=10609

Em cada revolta, do Cairo a Nova York, o pedido por um governo responsável que sirva o povo é claro e nossa comunidade global tem apoiado esse poder do povo em todo o mundo, onde quer que tenha surgido. O tempo em que os políticos ficavam nas mãos dos poucos corruptos está terminando e, em seu lugar, estamos construindo democracias reais, de, por e para as pessoas.

Com esperança,

Emma, ​​Maria Paz, Alice, Ricken, Morgan, Brianna, Shibayan e o resto da equipe Avaaz

Mais informações:

Protestos nos EUA entram no 18º dia e se alastram (O Estado de S. Paulo)
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,protestos-nos-eua-entram-no-18-dia-e-se-alastram,781126,0.htm

A ocupação de Wall Street e a luta simbólica (O Globo)
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/10/05/a-ocupacao-de-wall-street-a-luta-simbolica-409477.asp

Contra medidas de austeridade, Grécia faz greve no setor público (G1)
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/grecia-tem-dia-de-greve-no-setor-publico.html

Protestos contra corrupção reúnem milhares no Kuait (Folha de S. Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/986423-protestos-contra-corrupcao-reunem-milhares-no-kuait.shtml

Ocupa Wall St - recursos on-line para a ocupação (em inglês)
http://occupywallst.org/




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Para entrar em contato com a Avaaz, não responda este email, escreva para nós no link http://www.avaaz.org/po/contact?footer.














quinta-feira, 6 de outubro de 2011

DE CARLOS MORAIS DOS SANTOS: POEMA PESSOAS SEM ABRIL - PORTUGAL POR CUMPRIR !

Este meu poema é, pois, mais um dos meus muitos gritos de revolta, talvez ainda mais sentidos, por eu pertencer a uma geração que tudo sacrificou e arriscou (a liberdade e a vida) para que Abril se cumprisse e, por via dessa revolução romântica, se cumprisse, enfim, Um Novo Portugal, mais justo, mais desenvolvido para todos os portugueses e não apenas para a nova classe de "políticos" de rapina, que desprezam Portugal e os portugueses e envergonham aqueles outros competentes, honestos e nobres políticos que ainda resistem e que, por serem raros, são facilmente "deglutidos" e marginalizados pelas alcateias insaciáveis dos lobos do poder.   


 






Fernando Pessoa
Por Almada Negreiros 


 
 
 
O INFANTE (DE A MENSAGEM
 
Deus quere, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quiz que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
 
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
 
Quem te sagrou creou-te portuguez.
Do mar e nós em ti nos deu signal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
 


PESSOAS SEM ABRIL
 Por Carlos Morais dos Santos

Já a minha débil pessoa declinando vai
Mas com Pessoa hei-de permanecer
Até ao último sopro, meu derradeiro Ai
Respirarei Pessoa até me desvanecer

Ele me eleva como pessoa, é meu alimento
Dele, como e bebo palavras, essência do SER
Com ele aprendi a sublimar o sofrimento
Que a mediocridade arrogante pode fazer

De meus devaneios, sonhos e vãs esperanças
Do meu acreditar nos homens e sua redenção
Ficaram das decepções amargas lembranças
Por que faliu o humanismo e o triunfo da razão

E se mais Pessoas houvera nele em Pessoa
Para falar de coisas belas e de justos ideais
Mesmo agora que seu génio e estro mais ecoa
Há mais pessoas a se nutrirem de pecados venais

A minha pessoa não se corrompe de indiferença
Enquanto me alimento de Pessoa e bebo da poesia
de Torga, de Natália, de Sofia, e sinto a presença
De Camões, de Régio e de Almada, terei a energia

Se minha pessoa declina, se desvanece e sofre à toa
Porque se esgota a minha esperança, mas não o ideal
De vir a ser verdade a Pátria de Camões e de Pessoa
E de finalmente ser cumprido esse desejado Portugal

Oh meus 38 anos de ditadura mas de viva esperança
Pesam-me agora 36 de medíocre e injusta democracia
Que o adágio que diz que quem espera sempre alcança
Morre na garganta do povo pobre que não viu o Novo Dia

"Oh, sub-alimentados do espírito" clamava Natália, infeliz
"A poesia é para se comer", regada a bom vinho cultural
"Pergunto ao Vento que passa, notícias do meu país",
Canta Alegre. Não se cumpriu Abril nem ainda Portugal

Mas onde está essa pátria amada feita de Fraternidade
Onde a liberdade e a democracia seja mais que formal
Onde o pão da boca e do espírito alimente com equidade
E não empanturre de indigestão os vampiros de Portugal

Oh sedentos de poder, sem SER, gananciosos de capital
Ouçam os poetas e a maioria silenciosa que sofre carências
Oh gananciosos corruptos que desvirtuaram o Abril Ideal
Bebam mais de Pessoa e de outros. Políticos de indecências!

Oh pessoazinhas arrogantes, da baixa política trapaceira
Oh pessoas pequeninas, medíocres, egoístas, sem ideal
Oh profissionais dos partidos de estar na vida matreira
Oh estadistas que só promovem o vosso poder pessoal

Ocupem-se a cumprir Portugal como reclamava Pessoa
Portugal não é pobrezinho, vocês é que são pequenotes
Dos Grandes é que reza a história e, de vocês, de alma vazia,
ficará o clamor do povo, a voz da pátria magoada que ecoa!
Portugal seria bem rico se governassem sem tantos desnortes

Acreditem, senhores, nos poetas patriotas e nas lições de poesia
Pois vossos erros, desgovernos, ganâncias e egoísmos fortes
Serão as pequenezas e vilezas que lembraremos sem nostalgia.
O 25 d`Abril fez-se não para vós mas para o povo de más sortes  
A quem ainda não chegaram os cravos de Abril, a flor da alegria
Carlos Morais dos Santos
Cônsul da Soc. Internac. Poetas Del Mundo



NESTE 1O1º CENTENÁRIO DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA PORTUFUESA (2ª REPÚBLICA), COM INTERVALO DE 48 ANOS DE DITADURA REPUBLICANA E COM A RECONQUISTA DA DEMOCRACIA HÁ JÁ 37 ANOS, O QUE É QUE ESTAMOS A COMEMORAR/CELEBRAR? "PESSOAS SEM ABRIL"?


 Volta a este tema e, no fim, repetirei os mesmos poemas, porque foi a vontade/revolta que me ficou, depois de ouvir os discursos oficiais celebrativos dos 101 anos da implantação da República Portuguesa.  

Depois de termos ouvido no discurso oficial do Presidente da República portuguesa, Cavaco Silva, a monótona repetição de análises explicativas da mais profunda crise que Portugal enfrenta desde há mais de 100 anos, fica na consciência de tdos os portugueses lúcidos e descomprometidos como beneficiários dos partidos e do regabofe da baixa política, a certeza de que a tibieza, a incapacidade, a incompetência, a falta de coragem política, o desgoverno (ou o "governo") do desprezo pelo mais elementar sentido de responsabilidade pela PÓLIS, o desperdício e a corrupção, seriam as únicas coisas que uma engrandecida plutocracia de muitos novos ricos (na "política" e noutras "àreas de negócio", teem para celebrar. 

A cada vez maior multidão de pobres e desempregados e de uma classe média em rápido desaparecimento e empobrecimento, esses, sabem que não há nada para celebrar senão "esta era do vazio" de valores e princípios éticos, morais, de incompetências e desprezo pelos desperdícios e oportunidades perdidas (a CEE/UE) que já doaram a Portugal bilhões e bilhões de €uros, em que parte considerável foi desviada para obras de interesse secundário, não estruturante, não diretamente a implicar o desenvolvimento económico e social sustentado, isto é, o aumento da riquesa nacional e a real coesão com os países mais desenvolvidos da UE. Outra parte, todos os portugueses o sabem, porque é visívil, público e notório, foi para alimentar a corrupção e o luxo ganancioso dos muitos que enriqueceram sem esforço ou contribuição para o bem nacional, solidariamente distribuido. 

E muitos que supõem que desempenharam bem o papel de bons atores de um teatro em que julgam que o seu papel de gente séria (apesar de tudo, são incompetentes, relapsos e irresponsáveis) e a quem, aparentemente, não se lhes pode atribuir o rótulo de aves de rapina, corruptos que delapidaram o estado e todo o povo português, incluindo as gerações futuras, não deixaram de aproveitar "o culto pela ganância" e forjaram todas as oportunidades e pretextos para acumularem ordenados obscenamente sumptuosos no exercício de cargos públicos e de, muito antes de chegarem à idade legal para se aposentarem, foram criando Leis e Regulamentos para se auto-beneficiarem e acumularam imoral e vergonhosamente várias chorudas pensões de aposentadoria, ordenados, nalguns casos por terem passado por altas funções públicas ou em empresas públicas alguns meses ou poucos anos. São os Novos Ricos por acumulação de beneces em vários ordenados, porque "auto ordenados", com normas  criadas e inventadas para se auto-beneficiarem - não são salários, porque esta palavra significaria trabalho e suar em troca de sal.

Da "organização secreta dos grandes corruptos", nem é preciso fazer muita investigação para saber quem são e onde estão (estão em todos os partidos e classes profissionais e em políticos e dirigentes, que ora se declaram "independentes", ora se declaram partidários, ou mudam de partido, conforme suas conveniências pessoais de cada momento.

São fáceis de identificar, quase toda a gente lúcida os conhece, embora seja curta a memória para muitos párias e beneficiários, ou gente sem coragem moral e coluna verterbral que os verdadeiro cidadãos devem ter, sem medo que lhes calem a voz, são timoratos de segunda e terceira linha, sem memória até de curto prazo, porque as centenas das rápidas fortuna nem se mostram discretas, menos ainda secretas, por serem desavergonhadamente tão evidentes os seus descarados sinais exteriores de riqueza. 

E quem são esses outros altos funcionários públicos e representantes de cargos públicos que, querendo aparentar serem cidadãos impolutos - embora detentores de acumulações de várias chorudas pensões de reforma e ordenados escandalosos,  têm respondido às necessidades de enfrentar crises, não as superando com competência, coragem, rigor e sentido de serviço público, a bem da PÓLIS, e nem teem feito história como verdadeiramente empenhados em criar desenvolvimento de riqueza que promova a ascenção do "IDH-índice de desenvolvimento humana", mais importante que o PIB, e do desenvolvimento económico e social, através de uma governação competente, corajosa, rigorosa e exemplar, que seguisse uma estratégia nacional integrada, em que todos: pessoas, famílias, empresas, bancos e sistema financeiro em geral, estivessem solidariamente unidos e com justa e proporcional participação nos esforços e sacrifícios para alcançarmos um Portugal ao nível da média dos melhores países da UE? 

Esses são ex-primeiros ministros, ministros, presidentes de empresas e instituições públicas, enfim os nossos fracos atores que fazem o tetrinho de pareceren líderes capazes e impolutos. A começar pelo atual presidente da república que, enquanto foi primeiro ministro esbanjou em desgovernação incompetente colossaís verbas de bilhões de €uros que não se destinaram para investimentos estruturantes prioritários e estratégicos, antes foram desperdiçados em obras públicas de infra-estruturas de fachada, permitindo o desvio e desperdício de bilhões de €uros em vários programas de subsídios europeus, contribuiu para o golpe de mesiricórdia na economia real e produtiva nacional, aceitou grandes somas em subsídios para desindustrializar o país, para acabar com a agricultura, as pescas, a tradicional capacidade da frota navegação de pesca longínqua e de marinha mercante, arruinou, por desprezo em benefício das grandes empresas, toda a economia baseada nas PMEs, que representam em qualquer economia desenvolvida uma área estratégica primordial, por representarem mais de 90% do parque empresarial nacional, mais de 75% do emprego nacional e mais de 70% da produção de riqueza de economia real, em bens transacionáveis, que não só substituem as importações, como em integração com as grandes empresas são a base mais dinâmica de exportação.

Depois desta desgovernação prolongada como primeiro ministro, fez ecola e todos os que se lhe seguiram (PS, PSD, CDS), continuaram a trilhar o mesmo perfil de imcompetência, falta de coragem política, falta de rigor e sentido de justa distribuição dos esforços e sacrifícios. Só de pensarmos que há três áreas de boa governação que só por si, poderiam ter contribuído para uma posição atual de Portugal desenvolvido, sem dívidas e, tendo-as,  seriam bem menores e haveria capacidade para as pagar sem necesidade de esmagar com sacrifícios os que menos podem, que são os trabalhadores que ainda  continuam com os salários mais miseráveis da UE e o nível mais elevado de impostos,  uma classe média que emagrece, e um setor de PMEs que vai falindo rapidamente, e uma cada vez maior multidão de desempregados e jovens com instrução universitária a terem de emigrar, podemos, por aí, avaliar essa geração de incompetentes políticos. Vejamos que medidas se deviam aplicar corajosamente e não se aplicam:

1 - Quanto renderia em muitos bilhões de €uros de impostos, exigir a todo o setor financeiro (Bancos e não só) que passem a pagar o mesmo nível de IRC que todas as outras empresas, ou seja, cerca de mais 15% sobre os seus cosumeiros lucros de muitos milhões de €uros - plucros que em parte, uma contabilidade cúmplicemente consentida oficialmente, já são escondidos, sob o véu diáfono de desvio de lucros para "provisões" e outras rúbricas privilegiadas que não se aceitam a outras empresas para além de certos limites. Nem se permitem às outras empresas que apliquem imoral e ilegalmente falsas taxas e sobretaxas por falsos serviços não prestados, com a total impunidade por parte das instituições da Defesa dos Consumidores;

2 - Quanto renderia em muitos bilhões de €uros, a aplicação rigorosa de avaliações de desempenho a todos os níveis da administração pública, escolas, universidades, hospitais, serviços públicos centrais e autárticos, etc. e a aplicação rigorosa de modernos e eficientes modelos de organização, planeamento, controlo e gestão de modo a eliminar o altíssimo nível de desperdícios em bens e horas de trabalho não eficiente e rentável, assim como a aplicação de um rigoroso sistema de controlo de qualidade de prestação e satisfação dos serviços prestados;

3 - Quanto renderia em muitos bilhões de €uros, a aplicação rigorosa de sistemas de inspeção e controlo e  de enquadramento no sistema fiscal, de cerca de 25% a 30%  de "economia pararela que à vista de toda a gente, prolifera, porque a sua denúncia e exigência de contribuição fiscal não motiva e interessa a ninguém;

4 - Quanto  renderia em bilhões de impostos o deixar de apoiar despudoradamente as grandes empresas, bancos e grupos económicos, com ajudas e beneces que nem precisam, e, ao inés, se promoveria as PMEs com uma forte aposta no apoio ao desenvolvimento das capacidades e competitividades em inovação tecnológica, qualidade de produtos, adição de diferenciação por valor acrescenado, design, marketing, marcas, e incentivos fiscais com forte apoio à exportação, quando paradoxalmente, ao contrário até se exige às PMEs que manifestamente apresentem não lucros e prejuízos, que, assim mesmo, pagam impostos, aplicando-se a medida coerciva estúpida e inesxistente na UE, que é a da obrigatoridade do célebre "Pagamento por Conta", de "Lucros Presumíveis", ainda que hajam prejuízos claramente demonstrados nos modelos super controlados de apresentação de contas às Finanças!;

5 - Quanto renderia de bilhões de €uros, em aumento de receita de impostos para o Estado, diminuição do desemprego, melhorias salarias dignas, aumento do consumo e mercado interno e de exportações, se, ao contrário do que os "falsos mestres de economia e gestão", que mais não passam de "gestores de cortes e de custos baixos, em vez de Gestores de Resultados Por Objetivos Estratégicos e de Criação de Riqueza, distribuída com justiça e responsabilidade social, em que os resultados beneficiariam solidária, justa e proporcionalmente, em equilíbrio, os Stackholders de todo o processo económico, isto é: Os acionistas, os empregados, os clientes, os fornecedores e a comunidade envolvente, a sociedade, de modo a atender-se mais à melhoria dos índices de IDH-índices de desenvolvimento Humano, e não tanto e menos aos índices de PIB e de desproporcionada e egoista remuneração alienada dos acionistas e do capital financeiro, que tem vindo a destruir a economia real e criadora de riqueza sustentada, em favor do Ultra-Neo-Capitalismo Financeiro ganacioso, rapineiro e cléptómano, que tem sido o responsável máximo desta crise mundial, o seu causador e, apesar disso e com toda a impunidade e proteção, retoma o ciclo exploratório e criminoso beneficiando-se dos Estados, através dos governos de políticos imcompetentes e mal comprometidos, reerguendo o mesmo sistema assassino e suicida com que ganaciosamente enriquecerem e vilmente se arruinaram,
reabastecendo-se  financeiramente com o próprio dinheiro com que aruinaram a economia. 

A CONTINUAÇÃO CEGA DESTE SISTEMA ESTÁ A ARRUINAR E A DESTRUIR OS ESTADOS, DEPOIS DE TER SEQUESTRADO E DISTORCIDO A POLÍTICA, E CANABALIZADO A ECONOMIA! É NECESSÁRIO UM LEVANTAMENTO CÍVICO MUNDIAL QUE DESTRUA ESTRA HYDRA VENENOSA, SOB PENA DE SE ESTAR A CAMINHAR A PASSOS LARGOS, PARA A INSURREIÇÃO  SOCIAL, PARA O AUMENTO DOS TERRORISMOS (DE ESTADO E DE MILITÂNCIA), PARA A DESAGREGAÇÃO DAS COMUNIDADES DE PAÍSES, PARA OS ÓDIOS À SOLTA, PARA AS LOUCURAS DA MULTIPLICAÇÃO DE GUERRAS, PRIMEIRO DISPERSAS UM POUCO POR TODO O LADO, DEPOIS, ATÉ, CORRE-SE O RISCO DE SE CAMINHAR PARA UMA 3ª. GUERRA MUNDIAL. NÃO É MAIS POSSÍVEL SUSTENTAR OS GRITANTES DESEQUILÍBRIOS ABISSAIS ENTRE CADA VEZ MAIS RICOS E CADA VEZ MAIS POBRES, ENTRE HUMILHADOS E OFENDIDOS, ENTRE DESEMPREGADOS E OS QUE VÃO MORRENDO DE FOME, DESDE LOGO A INFÂNCIA!           
 
Portugal não tem nenhuma jusificação, para depois de 37 anos de reconquista  da República Democrática e de 26 de entrada para o maná na CEE/UE, de onde se tem recebido astronómicas quantidades de bilhões de €uros de subsídios para ajuda ao Desenvolvimento Sustentado, e à coesão económica e social, com vista à integração plena de Portugal no Clube dos países mais desenvolvidos da UE, o que é que, realmente celebrámos/comemorámos, ontem dia 5 de Outubro, dia dos 101 nos de implantação da República?

A esperançosa Revolução dos cravos que assinala o nosso regresso à democracia e ao desenvolvimento mas, 37 anos depois, é obrigado a "celebrar",  a imposição de um severo e punitivo programa de governo, imposto por entidades externas, uma designada Troyka, composta de Altos Funcionários Especialistas do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do FMI - Fundo Monetário Internacional, para "salvar" Portugal da "banca-rota" ?

Estamos a celebrardécadas de desgovernação, incompetência e muita corrupção, que levaram Portugal a acumular uma monstruosa dívida pública e privada que, agora, vai ter de ser paga, com juros especulativos, a duras penas, pelo povo trabalhador, incluindo mesmo os que já haviam adquirido o direito à suas aposentadorias, todos vergados ao peso de violentos aumentos de impostos e redução de serviços sociais, apesar de, desde 1986, data da adesão de Portugal á União Europeia (então designada C.E.E.), Portugal ter recebido colossais verbas de auxílio para que promovesse o seu Desenvolvimento Económico e Social, em termos de atingir uma coesão ao nível da média dos países desenvolvidos da UE ?

Em resumo: Esta é uma situação vergonhosa e humilhante, que está provocando um alto nível de desemprego, sobretudo nos jovens, apesar de, em grande parte, estes se terem qualificado com formação universitária superior, mas que se vêm agora "obrigados" a reabrir novamente o indesejado e estigmatizante movimento emigratório para outros países. A classe média está a diminuir, contribuindo para aumentar o nível de pobreza que seria expectável já tivesse, entretanto, sido irradicada.

Apesar do enorme desenvolvimento em modernização de infra-estruras (estradas, saneamento, telecomunicações, saúde, educação, ciência e tecnologia, etc.) que Portugal desenvolveu, apresentando hoje um perfil de país moderno, a economia portuguesa não tem crescido a um ritmo que alimente os custos dessa modernização, em grande parte porque o setor empresarial mais importante como motor de uma economia sustentada - as PMEs - não foram, durante muito tempo, estratégicamente apoiadas, quando se sabe que reside nas PMEs de qualquer economia moderna a mais dinâmica capacidade de criação de riqueza e de emprego. Ao invés, foi-se favorecendo os grandes grupos empresariais nacionais e multinacionais, sobretudo o setor financeiro, que beneficia de proteções e isenções fiscais absolutamente escandalosas, não tendo a produção de bens transacionáveis, que são mais criadores de riqueza, de emprego e de potencial exportador, sido apoiada, a não ser nos casos de grandes empresas, corporações ou oligopólios. 

 Por outro lado, no plano político-económico, o desvario de sangramento dos recursos financeiros dirigidos para um despesismo acima das próprias receitas, para empanturrar as clientelas partidárias e favorecer a multiplicação rápida de novas fortunas ilegítimas dos "afilhados" dos partidos (muitos ex-políticos, deputados, ministros, autarcas, altos funcionários partidários, etc.) que se vão banqueteando nos absurdamente numerosos "Conselhos de Administração", com altíssimos e obscenos salários e prémios, além de mordomias inadmissíveis, mesmo quando essas empresas públicas apresentam prejuízos crónicos.

Esta miopia imoral, vem alimentando uma imensa classe de parasitas gananciosos, em muitos casos sem serem possuidores de qualificações profissionais e, esta ciranda  das alternâncias da desgovernação, que três partidos vão partilhando, levou à criação de numerosas e desnecessárias empresas públicas, Fundações, Institutos, nacionais, regionais e autárquicos, cujas funções ou são puras inutilidades, ou são meras duplicações  de serviços que tradicionalmente, antes, sempre couberam serem exercidos pelos serviços públicos dos ministérios onde abundam técnicos competentes e experientes. 

A política e o próprio estado foram apropriados pelos altos interesses financeiros 
nacionais e, principalmente, multinacionais, que vão garantindo regalias e boas posições aos políticos, e estes, passaram a servir mais os interesses privados do que os interesses públicos. O exercício da política como nobre serviço a favor da Pólis, foi canibalizado pelos arrivistas da política, para dar lugar aos interesses pessoais e partidários, em que a conquista do poder é o fim que justifica todos os meios para se alcançar os maiores benefícios egoistas.

É neste quadro de dissolução de valores e princípios e de ruina dos ideais que a Revolução de 25 de Abril de 1974 prometia terminar, que cresce a multidão dos humilhados e ofendidos que, após 37 anos, se vêm confrontados com o desemprego e o empobrecimento num Portugal que continua por cumprir. 


 Carlos Morais dos  Santos