segunda-feira, 7 de junho de 2010

PELA ERRADICAÇÃO DA POBREZA - 1ª Parte, Por Carlos Morais dos Santos

 






Pela Erradicação da Pobreza - 1ª Parte

Lembrando a Mensagem que Sr. Koichiro Matsuura,
Diretor-Geral da UNESCO, fez em 17 de outubro de 2008


Mensagem
Em resposta à proclamação das Nações Unidas que estabeleceu 2008-2017 como a Segunda Década das Nações Unidas para a Erradicação da Pobreza, reafirmo a determinação da UNESCO em agir da maneira mais efetiva possível no combate à pobreza no mundo todo e direcionar todas as competências da Organização para atingir esse objetivo.
A nossa determinação de combater a pobreza requer uma reflexão abrangente e multidimensional. Pobreza é uma questão de acesso a recursos, eqüidade entre homens e mulheres, distribuição de riquezas e compartilhamento de conhecimento.

A UNESCO, com o seu mandato intelectual e ético dentro do sistema das Nações Unidas, desempenha um papel ativo nessa luta, que se encontra no centro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A Organização também defende a idéia que a pobreza é uma questão de direitos humanos, incluindo o direito a educação, o desfrute de benefícios do progresso científico e tecnológico, o direito de preservar a diversidade cultural e o direito a informação.

De maneira geral, essa é, antes de mais nada, uma luta pela educação de qualidade para todos, e esperamos que também para a educação ao longo da vida, à qual precisamos dar continuidade. Em especial, precisamos assegurar que os mais desprivilegiados, como meninas, freqüentem a escola. Também é importante lembrar que 70% das 1,4 bilhões de pessoas pobres em países em desenvolvimento são mulheres e que, entre os 840 milhões de analfabetos no mundo, 538 milhões são mulheres. Além disso, em muitas regiões, em especial a África Subsaariana, o número de pessoas pobres aumentou durante a última década.

O conhecimento é um desenvolvimento sustentável fundamental. Isso não é mera questão de acesso universal a conhecimento, mas também de paridade de gênero, alfabetização, formação de professores, entendimento intercultural e a promoção da qualidade de educação.

Assim, o combate contra pobreza inclui propor novas maneiras de disseminar e compartilhar conhecimento; também significa fomentar o diálogo entre os vários sistemas de conhecimento e culturas, criando oportunidades de desenvolvimento.
Mobilizar a comunidade internacional de maneira efetiva é uma necessidade e uma questão de urgência. Precisamos tomar ações práticas, efetivas e sustentáveis. A UNESCO, juntamente com todo o sistema das Nações Unidas e seus parceiros, está inteiramente mobilizada para lidar com esses desafios.
Koichiro Matsuura

____________________________________________
GCAP - Um Apelo Global contra a Pobreza
http://www.whiteband.org/
A Campanha Global de Ação contra a Pobreza (GCAP) é uma crescente aliança de sindicatos, grupos comunitários, associações religiosas, organizações de mulheres e jovens, ONGs e outros participantes que trabalham em conjunto em mais de 100 plataformas nacionais.

A GCAP é um apelo à ação pelos líderes mundiais, para que cumpram suas promessas pelo fim da pobreza e da desigualdade. Em particular, demandamos soluções que lidem com as seguintes questões:
• A prestação pública de contas, a governança justa e a realização dos Direitos Humanos;
• Um aumento substancial na qualidade e na quantidade da ajuda e do financiamento ao Desenvolvimento;
• O cancelamento de dívidas dos países pobres, sem capacidade de solvência;
• A igualdade de género também deve estar no centro do esforço pela irradicação da
pobreza.

Quem são os membros da GCAP?

Essa aliança global é composta por um amplo conjunto de coalizões, grupos comunitários, sindicatos, indivíduos, associações religiosas e participantes de campanha, que estão todos comprometidos com a luta contra a pobreza. Esses grupos formaram uma rede de coalizões nacionais em mais de 100 países que apóiam e promovem as demandas da GCAP, e possibilitam a participação de cidadãos e cidadãs responsáveis na Campanha, para pressionar os seus líderes nacionais e tomadores de decisões.

______________________________________













REFLETINDO:

1ª. Parte

Quando atentamos mais conscientemente nas dimensões da pobreza sentimo-nos impelidos a darmos aqui conta das nossas cada vez mais angustiantes preocupações acerca desta triste e inaceitável realidade que nos mostra um presente perturbador e a previsão de um futuro carregado de ameaças à desejada Paz e progresso para todos.

Estatisticamente a pobreza é bem conhecida e está analizada em todas as vertentes, e apesar dos imensos gastos públicos de algumas nações no combate para a erradicação deste flagelo, continuamos a constatar que, em alguns países e regiões do planeta, se verifica um agravamento das já graves situações de pobreza que se refletem na tragédia da fome crónica, das doenças e da mortalidade prematura em larga escala, em muitos países que, por outro lado, são ricos em recursos naturais, normalmente mal e corruptamente explorados por potências estrangeiras, isto é, pelas suas ricas e poderosas corporações. . .

A pobreza e as suas consequências, constituem a causa maior das misérias e das perturbações que grassam por esse mundo, e que ameaçam desmonorar todo o frágil edifício civilizacional que se julga termos atingido com o esplendor do espantoso desenvolvimento das ciências e das teconologias, as quais, só em parte é que, ilusoriamente, trazem significativas contribuições para a desejada felicidade e qualidade de vida para toda a apopulação do planeta e para a saúde do próprio planeta,


Ora, sendo este Blog um espaço de encontro e partilha de “Culturas e Afetos Lusófonos”, ao contrário do que se poderia pensar numa apreciação reducionista e pobre, as Letras e as Artes, sendo o campo principal de interesses deste Blog, não alcançariam aqui o estatuto cultural pleno, menos ainda preencheria o nosso conceito de Culturas e Afetos, se os posturas de cidadania e de intervenção cívica não estivessem, também, no quadro das nossas preocupações.


Por isso, estas nossas preocupações não podem deixar de ter um lugar relevante nas nossas publicações e fazer parte dos nossos conteúdos, porque, desde logo, se inscrevem na nossa consciência cívica como cidadãos e, ainda mais, porque estarmos ligados às Letras e Artes e defendermos a ideia de que as Culturas (principalmente quando estas se expressam em letras e artes) só atingem o pleno estatuto quando assumem um compromisso de responsabilidade social e cívica de contribuirem para um mundo melhor, isto é, quando assumem as preocupações do Bem, do Justo e do Belo.

É por isso que essas nossas posições de Ser e Estar, se encontram na nossa praxis de vida quotidiana e, obviamente,também estão claramente definidas nas palavras de apresentação da nossa filosofia editorial, colocadas no rosto do nosso Blog.

Acreditamos que a partilha de Culturas, no nosso caso, consideradas referenciais ao espaço lusófono, nos diversos países e comunidades falantes da língua portuguesa, é uma partilha de algo maior, mais rico e mais complexo, que ultrapassa essa geografia, porque, desde logo, corresponde a uma mais vasta, densa e rica expressão intelectual, artística e literária de tantos e tão variados lugares, de sincretismos quase à escala planetária, porque, para nós, a lusofonia também abrange e assimila um mais vasto espaço que ultrapassa as fronteiras nacionais dos países da CPLP, pelo acréscimo das várias diásporas espalhadas pelos quaro cantos do mundo.

Estas peculiares circunstâncias que envolvem a Lusofonia, colocam as "Culturas e Afetos Lusófonos" no sentido lato desta expressão, perante necessidades e exigências de uma cidadania que tem de refletir, mais que outras culturas não lusófonas, por serem mais localizadas ou concentradas, uma visão que, devendo ser “GLOCAL", isto é, ter de, irrecusavelmente, preocupar-se com a vida local, sem deixar de ter uma preocupação e visão universalista, dever ser, inevitavelmente, “GLOBAL", porque a Lusofonia é uma realidade que tem uma presença e grande expanção à escala do planeta, com uma vitalidade e sincretismos multifacetados e porque, também nos dias de hoje, os acontecimentos de qualquer parte do mundo, presentes em nossa casa quase em tempo real, não podem deixar de nos convocar para solidariedades humanistas e de cidadania mundial.

Mas estas circunstâncias também oferecem às "Culturas e Afetos Lusófonos", insisto, no sentido lato do termo, um grande potencial de valorização desse caleidoscópio cultural que, por estar a Lusofonia representada quase em toda a parte, forma um imenso multicolorido e belo Arco Íris de mundivivências, ao mesmo tempo, singulares por serem raras, e plurais por serem multiplas, universais e antigas. Poucos povos identificados por uma mesma língua-mãe se têm espalhado mais pelo planeta que os representantes da Lusofonia.


Pouco se tem pensado sobre a enorme força, o grande poder que estas circuntâcias oferecem, o que, porque não referi-lo aqui e agora, não só apresenta um grande potencial de valorização das nossas "Culturas e Afetos" como, também, uma plataforma importante para enaltecermos um humanismo lusófono, de vocação universalista, sincrética e ecuménica rara e, até pode libertar um não negligenciável potencial de desenvolvimento socio-económico das comunidades lusófonas, não apenas da CPLP, mas em geral.

Também acressce que nós não concebemos as partilhas de "Culturas e Afetos Lusófonos" sem o tal inerente humanismo de responsabilidade social e ambiental universalista, porque não acreditamos em Culturas sem afetos e sem humanismo, e nem neste sem Culturas enobrecedoras e impulsionadoras de um Desenvolvimento Humano, cívicamente sustentado numa elevação intelectual, e das dimensões ontológicas da ética e da estética, das gentes. dos povos, em suas comunidades.

Claro, que esse Desenvolvimento Humano tende a favorecer, mais e melhor que outras conceitos mais pragmáticos e utilitaristas, uma sustentabilidade assente na criação de um "Bem-Estar" interior, espiritual, moral, cívico e material que uma Nova Economia eco-social responsável, criadora de mercados e comercio justos, geradora de riqueza real, reprodutiva de justas distribuições sociais, com respeito pelos "Valores e Direitos Humanos", preocupação pela equidade e igualdade social de géneros, de etnias, de crenças, de origem de lugar, ..."considerando que todos somos diferentes mas iguais, mas que devemos unir o que é diverso e está disperso, conciliar o que se estranha, humanizar as partes que são de um todo", que é o planeta-lar que nos alberga,


Enfim, já se esttá a tornar urgente reinventarmos Um modelo de Sociedade que conscientize todo o mundo que somos apenas hóspedes de passagem, que tomamos de empréstimo este nossa casa-mãe-terra, que estamos obrigados a bem tratar e a respeitar nos seus delicados equilíbrios, sem espoliar e exaurir na sua natureza mineral, vegetal, enfim, temos o dever proteger em vez de destruir toda a sua amiga bio-diversidade, por forma a garantirmos a dignidade de um presente e a transmissão da vida em boas condições de viabilidade futura aos nossos vindouros, um futuro de generosidade, como bons filhos, que devemos ser todos, amantes e respeitadores desta nossa Terra-Mãe.

Toda esta minha inevitável reflexão vem a propósito de se desfraldar neste dia 17 de Outubro, a bandeira do "Dia Internacional pela Erradicação da pobreza", essa pobreza que é geradora da fome e todas as restantes misérias e tragédias humanas. Na verdade, é verdadeiramente perturbador constatar, que para lá de todos os"Dias Oficiais" que exortam aos combates, às lutas por quaquer ideal, e para lá dos belos e bem intencionados discursos e Manifestos, que especialmente abundam nestes "Dias Oficiais", a pobreza geradora do flagelo da fome, continua a ser a maior e mais vergonhosa realidade, que evidencia quanto ainda de aperfeiçoamento humano e de correção dos entorces de má formação moral, ética e cívica que, de modo geral, a humanidade ainda apresenta neste séc. XXI de todos os avanços da inteligência e dos saberes, mas que, contraditoriamente, e apesar disso, não têm conseguido formar esse esperado "Homem Novo", portador desse mais generoso e são Humanismo Universal..

Ao invés, continuamos a constatar quanto desta pobreza, em muitos casos aumentada, continua a ser causada pela exploração gananciosa, desmedida, injusta, exaustiva, corrupta e criminosa, como quanto é grandemente consequência também desse imoral e desumano desperdício de recursos que as classes com poder de compra, no mundo chamado rico, escravas e dependentes de um pobre espírito consumista - paradigma de um capitalismo estéril, sem sentido nem responsabilidade ética - esbanjam em desperdícios de uma aparente abastança, que já mal disfarça e apresenta um quadro que é, por outro lado, cada vez mais tristemente irónico e insensato. Vejamos só três desses aspetos contraditórios e abomináveis:


1 - 12% da população mundial dos 23 países mais ricos do mundo (nos quais se inclui Portugal), consomem 80% dos recursos naturais disponíveis;

2 – De acordo com estudos realizados há tempos verificou-se que mais de 80% das riquezas existentes e exploradas, são controladas por pouco mais de 10 grupos de nações e famílias de pessoas poderosas;

3 - Atualmente, neste mundo louco, correm risco de morte prematura dois grupos de pessoass, oriundos umas do mundo pobre, e outras do chamado mundo rico:

• MIL E QUATROCENTOS MILHÕES DE FAMINTOS CRÓNICOS;









Foto beniandrade.com.br










• MIL E CEM MILHÕES DE OBESOS DO CONSUMISMO

 








Foto blogdocarlosrob.blogspot.com

             ...Continuação e conclusão na 2ª. parte da seguinte postagem


Carlos Morais dos Santos
Escritor, poeta e fotógrafo
Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências
Cônsul (Lisboa) do M.I. Poetas Del Mundo
Membro da Soc. de Geografia de Lisboa
Membro do Instituto Histórico - Geográfico-RN-Natal-Brasil

Sem comentários:

Enviar um comentário