segunda-feira, 7 de junho de 2010

PELA ERRADICAÇÃO DA POBREZA - 2ª Parte, por Carlos Morais dos Santos

PELA ERRADICAÇÃO DA POBREZA - 2ª Parte


REFLETINDO:

CONCLUSÃO 


Nas últimas décadas temos verificado que a pobreza e, consequentemente, a fome, as doenças, a instabilidade e violência social, em si mesmas são misérias mais causadas pelo egoísmo dos ricos – países ricos, poderosos líderes mundiais, políticos, pessoas e famílias detentores de fortunas – egoísmos esses que, em muitos casos, estão revestidos da cruel injustiça e indiferença humana e social, que promove as desigualdades, a exclusão e a marginalização social, do que por razões intrínsecas de incapacidades atávicas que fariam dos pobres seres inferiores.

Tais perigosas conclusões conduziriam, dramaticamente de novo à ascenção dos abomináveis conceitos de raças superiores, responsáveis pelos ódios racistas e pelas crueldades mais degradantes e desvalorizadoras de conceitos científica e humanisticamente mais puros que postulam a ideia que todos os humanos formam uma única família, embora composta de diferentes etnias, postulado que recusa o uso da própria designação de raças, sem conteúdo cienífico. 

Chega-se ao ponto de verificarmos que, nos dias de hoje, ainda se continuam a tomar grandes decisões, consideradas "Estratéticas" por potências dominantes proclamadas como democracias que, com frequência, até são vergonhosamente apoiadas, vilmente, por outras potências que também se dizem democracias, as quais, conluiadas agitam publicamente falsos pretextos para provocarem ou imporem guerras e invasões a nações mais debeis, em nome da imposição de regimes de salvação.


Mas estas“estratégias”, mal escondem que, de fato, essas nações dominantes atuam, sobretudo, em nome dos mais mesquinhos interesses das grandes corporações empresariais e das classes previlegiadas, ou de manobras de interesse das corporações da Alta Finança, que não exitam em atacar as debilidades de países mais fragilizados para provocarem o caos e a desvalorização dos seus ativos bolsistas, para comprando na baixa e nas crises, às vezes em grande parte, artificiais, voltarem a vender nas altas articiais  de recuperação e, com isso, esbulharem nações para multiplicarem as fortunas dos "sindicatos financeiros", a que chamo os "sindicatos do mal".















Estas nações belicistas e dominadoras, provocam, incitam ou abrem guerras a que chamam, eufemísticamente, de "ações punitivas e preventivas" contra nações muito menos poderosas, com reais fundamentos que radicam, muitas vezes, em obscuros desentendimentos sobre interesses materiais entre líderes de ambos os lados, ou por punição pela desobediência aos corruptos conluios feitos com os líderes fantoches desses países explorados, ou por mal disfarçadas intenções de apropriação pela força dos recursos desses países, ou, ainda, por gananciosos interesses de expansão da sua "dominação leonina". Com arrogância e crueldade, chegam sempre à violência e à indiferença de tudo destruirem e matarem, na maior parte inocentes populações, causando nos sobreviventes, multidões de estropiados e famintos e, dessa crueldade toda, apenas dizem e tentam convencer o mundo de que essas destruições, essas misérias que deixam para trás, são meros efeitos colaterais, inevitáveis e negligenciáveis face ao "imperativo da defesa dos modelos e valores democráticos" que se querem impor.


















A crua realidade é que esses psicopatas, que em muitos casos estão a dirigir o mundo (Alexis Carrel, na sua obra "O Homem esse Desconhecido", já nos havia prevenido deste perigo da ascenção ao poder dos medíocres e psicopatas, por serem mais determinados a não respeitar éticas na sua luta por ascenção), proclamam aos quatro ventos que as nações, os países não têm que ter humanismo (nem aliados para o bem, apenas aliados para o mal), porque, pensam eles, entre nações só estão em jogo apenas interesses - geo-estratégicos-económico-financeiros, ...e de quem? obviamente dos donos do mundo !

Mas estas "políticas perversas" têm trazido para as nações cujos líderes políticos e dirigentes principais só têm esta doentia visão do mundo, também algumas consequências inesperadas para esse tipo de gente, embora há muito previsíveis por muitos pensadores e  observadores das lições da históriada e, até, por políticos bem intencionados e lúcidos.



















Aqueles políticos sem consciência e escrúpulos, porque apenas visam os interesses do curto e médio prazos, mal vislumbram que os seus atos e as suas consequências, poderão voltar-se também contra os seus países. Ou seja, que as misérias causadas às populações desses países explorados, exauridos e destruídos, haveriam de causar um impacto no terrorismo mundial de "vendetta", como forma de oposição e combate ao "terrorismo oficial de estado".
Como se tem visto, as ações do terrorismo militante de vendetta visam, sobretudo, as nações dominantes e os seus interesses à escala mundial. Caracterizam-se por organizações criminosas de alta perigosidade que atuam em qualquer parte do chamado mundo rico, e empregam ou voluntários fanatizados, ou mesmo organizações criminosas que sempre se colocam ao serviço de quem paga melhor, para praticarem atos que podem propiciar grandes ganhos. Estas organizações de mercenários também são igualmente utilizadas pelas governos das potências agressoras, o que transforma este mundo imundo numa arena selvagem onde tudo é permitido, sem se pensar nas consequências, apenas visando interesses materiais de curto prazo.

Mas, aprentemente, o que os perversos dirigentes políticos e de algumas grandes corporações dominantes não esperavam é que, em poucos anos, haveriam de causar um gigantesco êxodo de muitos países explorados, destruídos, exauridos, êxodo em movimento constante na direção dos países ricos e poderosos de onde vieram os seus sofrimentos e misérias, fuga que vai engrossando as partes das populações já marginalizadas que estas políticas bárbaras normalmente geram no seu próprio seio.
E esta constatação é tão mais evidente que, é visível, estes fenómenos de degradação não se verificam nem atingem os países exemplares que, orientados por estratégias justas e saudáveis e por políticos bem formados e competentes, ajudaram a desenvolver nessas nações um espírito de méritocracia, que tem elevado esses países ao nível dos países mais bem classificados nos índices de Desenvolvimento Humano, isto é, de melhores índices de saúde, de bem estar social, cultural e económico, conseguindo também estarem no topo do desenvolvimento educativo, cívico, tecnológico e científico. São exemplo disso, principalmente os países da Escandinávia, Suiça, Japão.
Por outro lado, as situações de degradação, que são uma "bomba relógio social e política" que ameaça alguns países ricos, dominantes e responsáveis por uma grande parte dos males do mundo, tem mesmo vindo a agravar-se no interior desses países "considerados" por muita gente como “ricos e desenvolvidos”, mas onde já grassam vergonhosas e humanamente ofensivas e intoleráveis grandes manchas de população marginalizada, ironicamente, em países designados como líderes do 1º. Mundo, mas que geraram intra muros, manchas bem visíveis de 3º. Mundismo, em partes significativas da sua população.

Estas tristes designações de 1º., 2º, e terceiros mundos, que, pessoalmente, sempre rejeitei, por serem insultuosas e humilhantes, foram “inventadas”, pelos arrogantes fazedores de opinião e de baixa política que, agora, ironicamente, estão sendo confrontados com o terem de “engulir” essas designações quando são cada vez mais visíveis os seus densos grupos de excluídos sociais, isto é, situações terceiro mundistas, designação que, arrogantemente, só costumavam atribuir a realidades que lhes eram exteriores.

A luta conta a pobreza e a fome é, assim, cada vez mais uma luta contra o egoísmo, a ganância, a injustiça, a imoralidade, a corrupção, as ofensas e crimes conntra a humanidade, o atropelo dos Direitos humanos, enfim, é uma luta também contra a indiferença e é, ainda, uma luta contra a miopia dos ricos e poderosos, que se tornaram incapazes de pensar altruisticamente, e criaram esta economia financeira, ultra liberal, desregulada, descontrolada e selvagem, especulativa e corrupta, que tem caracterizado aquilo que se convencionou designar como a supremacia dos mercados (cada vez mais dominados pelas grandes corporações que impõem relações leoninas aos consumidores), à sociedade, aos seres humanos, alienando o humanismo de responsabilidade social e ambiental.


Tem sido evidente que esta linha de orientação favorece a supremacia do individualismo sobre a sociedade humana como um todo coletivo universal, fatores aqueles que são causadores e se mostram determinantes das mais desastrosas consequências também contra os próprios responsáveis – países e dirigentes – mostrando, só agora, para alguns, a evidência de que os proveitos que aqueles míopes e perversos dirigentes ambicionam obter no curto e médio prazos, são inferiores aos custos diretos e indiretos, económicos, sociais e políticos, custos esses que acabam por comprometer o próprio futuro dessas nações e de partes importantes da sociedade que não acumulou privilégios.

Depois da inegável constatação da estrodosa falência fraudulenta de um modelo e sistema que era "cantado" em livros de louvados académicos de certas escolas de capitalismo desregulado, e era defendido por gananciosos dirigentes e acionistas de corporações dominantes, como por políticos ditos pragmáticos, embriagados de poder conseguido com os apoios das classes dominantes e privilegiadas, mas também por cidadãos mal pensantes e pouco livres pensadores, agora, muitos deles, sentem que foram enganados, prejudicados, e estão desiludidos por alguma vez, por algum tempo, terem acreditado e apoiado tais dirigentes por eles eleitos para, afinal, permitirem o florescimento do egoísmo cego desta economia selvagem, de rapina, que vive da guerra e das misérias alheias, mas que, para espanto da maioria, ainda se tenta reconstruir à custa das ajudas estatais, com o dinheiro das próprias maiores vítimas - os contribuintes trabalhadores, que constatam que essas forças negativas e representantes deste gigantesco crime contra a humanidade, ainda pretendem e acreditam que podem perpetuar o fraudulento modelo e sistema gerador deste mundo às avessas..

Contudo, existem alguns bons exemplos de que há alternativas a estes caminhos estreitos e perigosos. Nesta luta contra a pobreza e a fome, destacam-se, pela positiva, algumas excepções, embora escassas, de países emergentes, que levaram este combate a sério, como é o caso do Brasil que, apesar da imensidão de um país de dimensões continentais, com uma população de 186.690 Milhões de habitantes (2008, fonte IBGE), conseguiu atingir já, nesta área prioritária, antecipadamente, os “Objetivos de Desenvolvimento do Milénio” (2008-2017), pela via da boa e socialmente justa aplicação do aumento da riqueza dos seus recursos e do desenvolvimento da sua economia produtiva e exportadora, ao reduzir a mortaliddade infantil por sub-nutrição em mais de 73% e, por outro lado, aumentar significativamente a taxa de alfabetização da sua população jovem, oriunda de famílias analfabetas, carentes e desprotegidas, mas cuja alfabetização tem vindo a processar-se em bom nível e ritmo por todo o Brasil pobre, do litoral ao interior.

Esta exemplar política de responsabilidade social, em grande parte conduzida pelos programas da governação do Presidente Lula da Silva, embora já antes lançados pelo seu antecessor Presidente Fernando Henrique Cardoso, são a boa nota a relevar nesta luta pela erradicação da Pobreza".

Mas,infelizmente, a realidade mais generalizada é que, apesar do grande desenvolvimento científico e tecnológico que poderia induzir muito mais proteção dos equilíbrios ecológicos do planeta e mais riqueza partilhada entre todos os povos do mundo, o que se verifica é um fosso cada vez maior entre as riquezas concentradas, e a fome e todas as misérias generalizadas

Esta perigosa e explosiva situação, que se vem agravando cada vez mais, causando a permanente e generalizada instabilidade mundial, pela existência de guerras e terrorismo, que são alimentados pelos interesses de uma economia ultra liberal e selvagem, cruel e bárbara que se alimenta da instabilidade e das guerras que ennriquecem as indústrias da morte e do medo, sempre me remete para o sério, grave, mas lúcido aviso que, numa passagem de um de seus notáveis discursos de apelo à responsabilidade moral e social das democracias, o democrata idealista Presidente dos USA, John F. Kennedy, fez nos já longínquos anos 60 do século passado.


John Kennedy avisava, então - Citando a tradução do discurso: 

“...SE A SOCIEDADE LIVRE NÃO CONSEGUIR AJUDAR OS 
MUITOS QUE SÃO POBRES,
NÃO PODERÁ IGUALMENTE SALVAR OS POUCOS QUE SÃO RICOS...”




















POEMA "PELA PAZ E PELA VIDA"


Faz da palavra, pela vida,

a arma que não desarma,

na tua voz erguida !

Passa a tua palavra que é de ouro,

não fiques no silêncio e na apatia,

ergue a tua voz num grande coro,

contra a injustiça, pela cidadania,

Milita pela paz, contra a fome e a pobreza,

Exige uma democracia plena e com decoro !

alista-te no exército dos protetores da natureza

verás que tua palavra é ouvida, porque é de ouro ! 




Carlos Morais dos Santos
Escritor, poeta e fotógrafo
Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências
Cônsul (Lisboa) do M.I. Poetas Del Mundo
Membro da Soc. de Geografia de Lisboa
Membro do Instituto Histórico - Geográfico-RN-Natal-Brasil

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