segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ainda a propósito das eleiçõe gerais em Portugal e no Brasil e outras - O que nos dizem os políticos?

O QUE NOS DIZEM OS POLÍTICOS

Faltou-me acrescentar, na postagem anterior, o seguimento dos questionamentos que nos devemos colocar, perante estes espectáculos mais ou menos carnavalescos e rídiculos - aperecem demasiados candidatos que, na maior parte dos casos, são verdadeiras figuras de comédia, ou de ópera bufa.

A questão principal quanto a todos os políticos que esgotam o tempo das campanhas a falarem (papaguearem) muito nas televisões, nos jornais e nas ruas, é a seguinte:

O que nos dizem os políticos ? Salvo raríssimas excepções e em raríssimos momentos, o que nos dizem são banalidades, muitas vezes destituídas de elementar inteligênncia. Mas falam de tal modo acalorado e com aparente convicção que somos levados a pensar que acreditam sinceramente na "importância" e na "originalidade" das suas declarações. 

Ora, perante esta triste realidade, o mais singelo e descomprometido livre pensamento que podemos formular, é o seguinte: 

Ou, os candidatos são impreparados, incultos, ingénuos, enfim, incapazes de nos dizerem algo mais consistente e importante que nos leve a vislumbrar qual o verdadeiro projecto e programas inovadores que propõem e que não sejam mais (ou menos) do mesmo a que já estamos habituados e fartos de saber que não transformam as amargas realidades em que vivem a maioria das populações que, nestas alturas são muito invocadas porque em cada uma dessas pessoas, existe um voto possível, que não será mais lembrado a partir das eleições dos candidatos; 

Ou, os candidatos, na sua maioria, são pouco inteligentes,  não são sérios, e são apenas oportunistas e "Vendilhões do Templo" que estão dispostos a dizer as mais vazias, inócuas e exageradas declarações e promessas, conscientes da sua inviabilidade, mas convencidos que, mesmo assim, enganam o povo com o seu palavreado,  porque partem do princípio que o povo é estúpido, facilmente manipulável e não tem memória, nem capacidade e coragem para se indignar.

Outra hipótese, é que alguns candidatos, acreditam que sem melhores alternativas, por parte dos seus concorrentes, possam, mesmo assim, confiar que quanto mais ruído e em bicos dos pés se colocarem, melhor obterão os votos dos tolos dos eleitores. Acreditam, pois, que continua a não haver uma frente suficientemente forte e  numerosa de candidatos verdadeiramente sérios, capazes de apresenntarrem programas e propostas pertinentes, sinceramente empenhados em se colocarem generosamente ao serviço das melhorias da Rés-pública e de todas as causas públicas justas, que tragam verdadeiras melhorias  para a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, para a justiça, promoção e bem-estar das populações, porque   sabem que esses candidatos sérios e competentes, a existirem,  são as eventuais raríssimas excepções que mal se notam e distinguem no meio da algazzara e do circo mediático dos candidatos oportunistas.

E há, ainda, alguns candidatos mais "notáveis e bem apadrinhados" que se conseguirem atrair mais as atenções dos eleitores e logarem ser eleitos, então, habilmente, talvez venham a cumprir uma ou mais das pouco significativas propostas que não alterem demasiado o conforto do Satus-Quo em que todos - eleitos e opositores - se continuam a mover e a cultivar os seus mesquinhos interesses pessoais, contribuindo, assim, para a perpetuação do sistema  perverso.

O que esses políticos mais hábeis farão, convém que não modifique a essência dos paradigmas em que vivem todos esses políticos e os patrões dos interesses que lhes estão por detrás e que se movimentam para aumentarem os seus privilégios pessoais, continuando a puxar os cordelinhos  a que estão presos os seus serventuários da política. 

E, assim, o campo dos ricos sem justificação legítima  e dos ricos "legitimados" mas privilegiados, tem de continuar a aumentar e a não correr o risco de perturbações, nem que, para isso, se venha a distribuir parcimoniosamente mais algumas migalhas do PIB  aos mais pobres e desesperados, levando-os a acreditar muma possível ascenção económica-social duradoira e contínua mas, na verdade, apenas importa que as migalhas suplementares temporariamente distribuídas, os silenciem e aliciem, porque a sua ascenção verdadeiramente social - aquela que seria mensurável pelo IDH - Índice de Desenvolvimento Humano consistente e sustentável, essa, convem que vá sendo adiada o mais possível, porque os ricos são normalmente mais apressados em continuarem a aumentar rapidamente as suas fortunas, que os pobres em melhorar e sair da sua condição, que muitos tomam até por "destino" ou "fado", irremediável.

Entre os "políticos" a que nos temos estado a referir  e que constituem este sistema que faz da política um espaço social muito mal frequentado (há raras excepções)  abundam aqueles que vêm na política a mais fácil e rápida forma de se servirem, ao invés de servirem o bem comum, fazendo da política uma atividade nobre. Poder-se-ia dizer, mesmo acreditando que alguns daqueles políticos são inteligentes e cultos, que leram de menos as lições de Maquiavel, em que muito poderiam aprender de sério e positivo, e leram demais, repetidamente, o "Gato Pardo" de Lampeduza, sobretudo naquela parte em que o cínico príncipe afirma que para manter o povo ao lado, é preciso mudar alguma coisa para que tude se mantenha na mesma. 

Mas isto é pura imaginação minha, já que acredito que raros são os políticos inteligentes e cultos, mesmo no seio da grande maioria dos políticos que fazem política para se servirem e aos seus mandantes de ilegítimos previlégios. A maioria são o que são, apenas porta-vozes de seus Caudilhos, que aprenderam o palavreado mais ou menos esteriotipado para dizerem as receitas do costume que nada trazem de novo.

Para terminar esta reflexão, permitam-me os leitores que vos deixe mais três interpelações para meditarem nas vésperas destas eleições que, por este mundo afora, se vão fazendo:

1º. Será que mesmo tendo conquistado a democracia política formal, nestas eleições em que o povo é chamado a "cumprir o seu dever cívico de votar", podemos constatar e afirmar que a democracia política, económica, social, cultural (democracia, na sua etimologia grega e latina quer dizer: governo do povo, pelo povo e para o povo, igualitária e justa para todos), chegou realmente a todos e a todos está a beneficiar com equidade e justiça ?  
Então, o que andam a fazer os políticos em quem votamos ?

2ª. Quais são os claros e completos modelos, programas e propostas de governação que os candidatos apresentam com visões de futuro para tornar claro, a todos, quais as transformações na sociedade que vão fazer acontecer  e, principalmente, o que vão fazer pelos mais necessitados e desprotegidos para melhorem no curto prazo a sua vida para progridirem social e culturalmente para, assim, melhor contribuirem, desde as crianças aos adultos e aos idosos, para a continuação sustentada do progresso e desenvolvimento humano ? 
Então, para que servem os nossos votos e para que políticos os devemos dar, se é que alguns nos falam desses projectos e se dispõem a responsabilizarem-se, se forem eleitos, pelas prestações de contas do que foram fazendo e fizeram no fim, para melhrorar a Pólis, A Cidade ? 

3ª - Porque será que, na sua esmagadora maioria, os políticos saem da política, ou mesmo antes de sairem da política, às vezes bem cedo no começo de suas funções e, mesmo assim, são detentores de grandes patrimónios e de fortunas (parte dessas fortunas, muitas vezes, disfarçada em nome de outros parentes ou amigos), que exibem em claros sinais exteriores de riqueza súbita, quando antes de entrarem na política pouco ou nada tinham e não é possível explicar essas fortunas como sendo de legítima origem? 
Então porque haveremos de continuar a votar nestes políticos?

Há, por fim, os casos de políticos que, mais inteligentemente vão realizando algumas obras, mas nem por isso sériamente, isto é, sem corrupção de valores e princípios morais e éticos, apostam em conquistar os eleitores, acreditando que mesmo havendo algum escândalo público que os indicie como corruptos,  haverão de obter muitos votos  daqueles eleitores que, apresentando também já um perfil amoral - forma já decadente e inconsciente desses mesmos valores e princípios que deviam possuir e exigir aos políticos, -  se deixam corromper, sem sentimento de culpa, votando naquela "máxima corrupta" que se traduz no reconhecimento das seguintes características de alguns políticos em que votam, porque, dizem, apesar de tudo, devem merecer o voto porque: "ROUBAM MAS FAZEM" ! 

SERÁ ISTO ADMISSÍVEL ? 

QUE MUNDO DEIXAREMOS AOS NOSSOS VINDOUROS ?

Carlos Morais dos Santos   
   

1 comentário:

  1. QUERO, NESTE ESPAÇO, ME SOLIDARIZAR COM O CRIADOR E REDATOR DESTE BLOGUE "PRO CIVITAS", CUJA NOTÍCIA, POSTADA DE BOA FÉ,PORÉM,INVASIVA, PELO SEU TEOR,POR TRATA-SE DE OUTRO PAÍS, JAMAIS O BRASIL. GRAÇAS AO COMENTÁRIO ANÔNIMO, O PRO CIVITAS TEVE TEMPO DE CORRIGIR.
    CONHEÇO DR. CARLOS MORAIS, HOMEM DE IMPOLUTA CONDUTA.

    ABS.

    LÚCIA HELENA PEREIRA

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