sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CLARA FERREIRA ALVES UMA DAS MAIS DISTINTAS, CORAJOSAS E INDEPENDENTES JORNALISTAS PORTUGUESAS, DENUNCIA A GRANDE E IMPUNE PERVERSÃO QUE CORROE PORTUGAL E A DEMOCRACIA PORTUGUESA

Com a devida vénia e créditos ao jornal Expresso, reproduzimos a seguir a este nosso texto introdutório, um artigo publicado pela sempre corajosa jornalista Clara Ferreira Alves que, assumindo por inteiro o papel de busca e defesa da verdade para a trazer a público, em defesa das causas públicas -  que é o dever e  compromisso ético de um verdadeiro jornalista - nos apresenta uma dura análise crítica de indesmentível coragem, em que denuncia as perversões que estão corroendo a democracia portuguesa e a degradar a imagem e a vida neste Portugal que, como diz Fernando Pessoa nos dois  últimos versos de um de seus poemas do livro "Mensagem" - 2ª. Parte: Mar Português - Poema "O Infante:
 ...Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!


Clara Ferreira Alves, distinta jornalista, escritora, promotora e gestora cultural, é uma mulher inteligente, audaciosa, possuidora de grande cultura, com uma vida dedicada a um jornalismo de intervenção cívica, de vigilância democrática, de busca e luta pela Verdade, pela Justiça e pela Razão, representa, frequentemente, e com dureza e coragem inauditas,  a voz da denúncia e da revolta das grandes maiorias silenciosas, amordaçadas, seja pela inércia, seja pela falta de educação cívica, seja pela cúmplice indiferença, ou pelos velhos medos ainda residuais instalados por 48 anos de ditadura, ou pelos novos medos que povoam subtilmente a sociedade portuguesa atual.


Esses medos, são também alguns de que falou recentemente Mia Couto nas "Conferências do Estoril 2011",  mas em Portugal podem acrescentar-se os medos perante os sistemas de coação que os vários e sucessivos grupos partidários que se têm instalado no poder vão disseminando sobre todas as instituições públicas e privadas, e que foram subreptícia e solidariamente instalados em redes de interesses cruzados comuns, ocupando os orgãos vitais da nação, por um exército de parasitas, imcompetentes, corruptos e cleptómanos políticos e seus associados nos setores empresariais e financeiros do país, corroendo as positivas forças vitais da nação, delapidando o presente e o futuro, amordaçando tudo e todos - incluindo agentes da comunicação social, da justiça e da honesta política.


E, assim, se foi cavando o empobrecimento, o individamento, a ineficiência geral, a descaracterização cívica, social e cultural, comprometendo o futuro das novas gerações, enquanto, como aves de rapina, uns, ou vampiros, outros, se vão esses parasitas nutrindo dos restos que ainda existem e do sangue da nação, causando o aumento da pobreza, a inclusão nessa pobreza de parte da clase média, banqueeteando-se com o repentino surgimento de cada vez mais e maiores novas fortunas, alimentando a ganância dos setores e agentes mais egoisticamente especulativos da sociedade. 

PORTUGAL ESTÁ DOENTE, FERIDO GRAVEMENTE PELOS ANTI-PATRIOTAS E PELOS IDIOTAS INCOMPETENTES, DESONESTOS  MAS GANANCIOSOS, MAS, ACREDITO, QUE A SUA ANTIGA E GLORIOSA HISTÓRIA HÁ-DE REESCREVER-SE PELO LEVANTAMENTO CÍVICO DAS CONSCIÊNCIAS QUE, DE ALGUM MODO, HÃO-DE ESCORRAÇAR DA POLÍTICA E DA GOVERNAÇÃO OS SEUS PARASITAS.


E OS JUSTOS CAMINHOS DA DEMOCRACIA HÃO-DE VOLTAR A PERCORRER-SE, NEM QUE PARA ISSO HAJA QUE FAZER UMA NOVA REVOLUÇÃO, UM NOVO ABRIL DEMOCRÁTICO SEM CONTAMINAÇÕES, UMA DESPARAZITAÇÃO RADICAL!

Existem, felizmente, hoje em dia, novos espaços de afirmação da liberdade de expressão de protesto e de formação cívica das consciências, como é o caso da internet, especialmente por intermédio de Blogues e Sítios dedicados à cidadania, como é o caso do PRO-CIVITAS, que ninguem poderá calar, porque nestas praças cívicas abertas ao mundo global, as denúncias serão sempre divulgadas e conhecidas rapidamente muito para além das fronteiras de controlo que os sistemas corruptos podem instalar.
POR ISSO, E TAL COMO EM CLARA FERREIRA ALVES, JORNALISTA PORTUGUESA, OU EM MIA COUTO, ESCRITOR MOÇAMBICANO, O MEDO NÃO MORA AQUI NO PRO-CIVITAS, E O NOSSO ESPAÇO DE AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS, ASSIM  COMO OS DEVERES QUE UMA DEMOCRACIA REGULADA,VIGIADA NÃO PODE ALIENAR, ESSTARÃO SEMPRE EM DEBATE ABERTO NESTA "PRAÇA DA LIBERDADE" QUE É ESTE NOSSO BLOGUE-REVISTA PRO-CIVITAS UNIVERSALIS.

Carlos Morais dos Santos


ESTE É O MAIOR FRACASSO DA DEMOCRACIA PORTUGUESA !
(Por Clara Ferreira Alves)


Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.

Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenci=da, mas mais honesta que estes bandalhos.

Em dado momento, a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os osso ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.

Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou-a acção com a criação das Novas Oportunidades.

Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.

Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado, não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma= peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguem que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos? Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita=que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.

E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecidas antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.

Arranjou-se um =ode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fo=ografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gent= "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos,=onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?

O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pe=ueno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicica?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e=marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.

Ninguém quersaber a verdade.

Ou, pelo menos,tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os &qu=t;senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre menin=s ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções de lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputaçõs, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa

Clara Ferreira Alves - "Expresso"


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