quinta-feira, 9 de junho de 2011

PORTUGAL - PSD (CENTRO DIREIRA) VENCE ELEIÇÕES LEGISLATIVAS ANTECIPADAS

Pedro Passos Coelho, presidente do PSD (foto AP)

O Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, liderado por Pedro Passos Coelho, venceu neste domingo (5) as eleições legislativas antecipadas em Portugal., derrotanto o Partido Socialista (PS), de centro-esquerda, do primeiro-ministro José Sócrates, há seis anos no poder. O PSD não obteve maioria absoluta no Parlamento, devendo por isso formar governo com outro partido de direita, o Centro Democrático Social - Partido Popular (CDS-PP).

José Sócrates renunciou ao cargo de secretário-geral do PS. "Esta derrota é totalmente minha e quero assumir toda a responsabilidade", disse . "Sinto que é necessário abrir um novo ciclo político que seja capaz de preparar uma alternativa consistente. Quero dar ao Partido Socialista espaço para discutir o seu futuro e escolher uma nova liderança", acrescentou.

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, que será o próximo primeiro-ministro de Portugal, rejeitou "qualquer triunfalismo" com a vitória do PSD, mas reagiu com optimismo. "Vai ser difícil, mas vai valer a pena", garantiu Passos Coelho.

"Envidarei todos os meus esforços para garantir que os portugueses terão um governo de maioria liderado pelo PSD que dê estabilidade para os próximos quatro anos", declarou Passos Coelho. O presidente do PSD não enjeitou entretanto, futuros entendimentos de âmbito parlamentar com nenhum partido, incluindo o PS.

Na sua primeira mensagem como vencedor , Pedro Passos Coelho sublinhou que "precisaremos todos de muita coragem" e também de "alguma paciência".

Passos Coelho fez questão de deixar uma mensagem clara para fora do país. O novo primeiro-ministro quer "poder dar a todos os que nos observam do exterior a garantia de que Portugal não pretende ser um fardo no futuro para os que nos emprestaram dinheiro".

"Faremos todo o possível para cumprir o acordo estabelecido com a UE e o FMI para recuperar a confiança dos mercados. Nós vamos saber governar Portugal."

"Em todos os sacrifícios que tivermos de fazer, os que já estão prometidos e alguns que tenham de se impor por força das circunstâncias, o meu compromisso com Portugal é o da responsabilidade e o da transparência", afirmou.

"Não descansaremos enquanto não pusermos Portugal a crescer", declarou ainda o líder do PSD, sublinhando acreditar na "extraordinária capacidade [dos portugueses] para se transcenderem a si próprios".

Em declarações ao jornal Estado de São Paulo, Passos Coelho voltou a reiterar: "A mensagem ao exterior é de que não deixaremos de cumprir todas as nossas obrigações." E destacou a importância das relações com todos os países de expressão portuguesa, afirmando confiar na parceria entre Portugal e os países de língua portuguesa para retomar o crescimento. "Creio que a nossa relação com Brasil, Angola e outros países que falam português pode ser muito importante para o futuro próximo", sublinhou.

Resultados completos das eleições:
Eleitores inscritos: 9.225.494
Votantes: 5.554.002
Taxa de abstenção: 41,1%

Partidos com deputados eleitos para o Parlamento:

PSD
38,63% (29,09% em 2009)
2.145.452 votos (1.646.071 votos em 2009)
105 deputados (78 em 2009)
PS
28,05% (36,56% em 2009)
1.557.864 votos (2.068.560 votos em 2009)
96 deputados (73 em 2009)
CDS-PP
11,74% (10,46% em 2009)
652.194 votos (591.938 votos em 2009)
24 deputados (21 em 2009)
PCP-PEV
7,94% (7,88% em 2009)
 440.850 votos (446.172 votos em 2009)
16 deputados (15 em 2009)
BE
5,19% (9,85% em 2009)
288.076 votos (557.091 votos em 2009)
8 deputados (16 em 2009)

Partidos sem deputados eleitos

PCTP-MRPP: 1,13% (0,93% em 2009)
PAN: 1,04% (não concorreu em 2009)
MPT: 0,41% (0,06% em 2009)
MEP: 0,39% (0,45% em 2009)
PNR: 0,32% (0,20% em 2009)
PTP: 0,30% (0,08% em 2009)
PPM: 0,27% (0,27% em 2009)
PND: 0,21% (0,38% em 2009)
PPV: 0,15% (0,15% em 2009)
PDA: 0,08% (não concorreu em 2009)
POUS: 0,08% (0,08% em 2009)
PH: 0,06% (0,21% em 2009)

Nota: Os dados apresentados não contabilizam a votação da emigração nos círculos da Europa e de Fora da Europa, correspondente a quatro deputados, cujos números ainda não foram disponibilizados.

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