sábado, 16 de outubro de 2010

MUDANÇAS CLIMÁTICAS CADA VEZ MAIS FORTES. AÇÃO DO HOMEM É A MAIOR AMEAÇA À HUMANIDADE


Por Amine Silvares

Fonte: Jornal “A VOZ DE SERRA”
Nova Friburgo, 08 de Outubro de 2010 http://www.avozdaserra.com.br

O tema mais comentado nos últimos anos é o aquecimento global. Em todo o mundo pode-se sentir o efeito das mudanças climáticas nas últimas décadas, com muito mais intensidade do que o esperado.
O aquecimento do planeta, acontecimento influenciado por forças externas (variações nas atividades solares), internas (El Niño, La Niña) e atividade humana é observado desde o século XIX e acelerou devido às emissões de gás carbônico, o CO2, na atmosfera terrestre, que causa o efeito estufa.
Na prática, o aquecimento global se caracteriza como o aumento da temperatura dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra, aumentando a sensação térmica.
Os fortes tufões, furacões, tornados e chuvas que vêm sendo registrados ao redor do mundo são causados por um aumento de apenas 0,5° C na temperatura dos oceanos, mares e ar atmosférico. Apesar das temperaturas estarem aumentando, um sintoma comum são temperaturas bastante baixas, criando um ciclo de extremos, suprimindo as temperaturas amenas, principalmente em lugares como Nova Friburgo/RJ .
Se há 40 anos geava na cidade, este é um fenômeno que desapareceu nos anos seguintes.
De acordo com especialistas, a temperatura do planeta deve aumentar bastante até 2100, derretendo geleiras e elevando, ainda mais, o nível dos mares e oceanos.
Ilhas localizadas no Oceano Pacífico estão sendo esvaziadas, já que correm o risco de desaparecer nas próximas décadas. O problema acarreta outras consequências, como o remanejamento da população, com uma série de empecilhos burocráticos.
A Austrália tem recebido muitos imigrantes, mas o país já avisou que não pode receber todos e exigiu uma atitude da comunidade internacional.
Outro grande fator que já vem sendo apontado há muitos anos como decisivo para o aquecimento global é o buraco na camada de ozônio, que permite a penetração de raios ultravioleta UV-B com maior intensidade na Terra.
Uma das consequências notadas por esta destruição é a maior incidência de câncer de pele em pessoas que vivem perto dos buracos, como na Austrália e em certos países da América do Sul.
No Brasil, pesquisadores alertaram que, entre 1996 e 1997, a densidade da camada de ozônio teria diminuído cerca de 40% em cima do Nordeste.
Ao observar a realidade brasileira, pode-se notar que o problema é sério. As chuvas estão cada vez mais fortes e é comum ouvir nos noticiários que “choveu em poucas horas o esperado para todo o mês”.
No Nordeste, ou chove demais ou tudo seca. Até no Norte do país, rios permanentes estão virando intermitentes. No Sul, furacões e pequenos tornados têm surgido com frequência, destruindo plantações e casas, causando prejuízos de milhões de reais.
No Sudeste e Centro-Oeste, a temperatura média vem aumentando a cada ano. Até mesmo Nova Friburgo tem sofrido as consequências, basta notar os invernos e verões dos últimos anos. O verão chega mais cedo e as temperaturas são mais altas que as de costume. É o aquecimento global subindo a serra.
Uma das formas de combater o efeito estufa, um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global, é a implementação de energias mais limpas e renováveis.
Os biocombustíveis, as energias eólica e solar , são algumas das alternativas criadas para substituir os combustíveis de carvão e derivados do petróleo. Mesmo sendo mais caras, é mais barato investir em formas mais limpas de energia do que limpar a sujeira deixada pelas outras.
Há pouco tempo, a Organização das Nações Unidas (ONU) liberou um relatório afirmando que o buraco na camada de ozônio parou de expandir, o que pode ser considerado um enorme sucesso.
Não é de hoje que o mundo vem tentando remediar seus problemas, ao invés de preveni-los. Já se falava em consciência ambiental na década de 60, mas, como os grandes adeptos eram hippies, e eram amplamente marginalizados, muito do que foi falado acabou se perdendo ao longo dos anos.
O movimento ambientalista voltou a ganhar força em meados da década de 80, com o acidente da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia.
No Brasil, durante a Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, foi criada a Agenda 21, adotada por diversos países para amenizar as consequências das ações humanas no meio ambiente. Mas, será que é muito pouco, muito tarde? Como diria o comediante e crítico norte-americano George Carlin, quem precisa ser salva é a humanidade. O planeta vai continuar a existir depois que nossa espécie for extinta.

Pequenas ações podem fazer toda a diferença

SEPARE – separar o lixo é importante, pois nem todo lixo pode ser descartado da mesma forma. Pilhas e baterias, por exemplo, são altamente contaminadores e possuem coleta própria.
RECICLE – o óleo de cozinha deve ser separado e não jogado no ralo da pia, como fazem muitas donas de casa. Garrafas pet e latinhas podem virar outros objetos. Várias empresas recolhem os restos para transformá-los e reaproveitá-los.
REUTILIZE – dos potes de sorvete que não vão diretamente para o lixo, passando pelo material de demolição reaproveitado de construções que já não existem mais, todo tipo de material pode ser reaproveitado, basta saber qual a melhor aplicação para cada material.
FISCALIZE – para saber se as pequenas atitudes estão obtendo resultados, é necessário que a população fiscalize a ação de empresas e governo em relação às políticas ambientais. Como estão sendo aplicados recursos? O que está sendo feito para acabar com o desperdício e abuso de matérias-primas? Quais as punições para quem infringe a legislação?

Documentários que ajudam a compreender a crise climática

A Corporação (The Corporation, 2003);
Polêmico documentário canadense que expõe a natureza das grandes corporações. A exploração da força de trabalho e do meio ambiente, patenteação do DNA, fraudes contábeis visando somente o lucro são algumas das denúncias do longa-metragem.

Uma Verdade Inconveniente (An Inconvinient Truth, 2006);
Al Gore mostra ao mundo uma faceta então desconhecida: defensor da natureza. Nesse documentário, o ex-candidato à presidência americana apresenta evidências do derretimento das calotas polares, aumento do nível dos oceanos e as consequências políticas, econômicas e sociais das catástrofes ambientais.

Para entender melhor as mudanças climáticas, é preciso saber o que é:

Efeito Estufa – uma parte do calor emitido pelo Sol fica na Terra, permitindo o surgimento de condições necessárias para a manutenção da vida, enquanto outra parte é devolvida para o espaço. No entanto, alguns gases emitidos por fábricas e outros equipamentos prende o calor, aumentando as temperaturas do planeta.
El Niño - Fenômeno natural que altera, significativamente, a distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, elevando-a em várias regiões. Os efeitos no clima são profundos e sentidos por todo planeta. No Sudeste do Brasil, o El Niño pode causar um aumento drástico nas temperaturas. No sul, temperaturas sobem e chuvas ficam mais frequentes e fortes. No Norte e no Nordeste, as secas se tornam mais intensas, favorecendo os incêndios florestais na floresta amazônica. Dura de 12 a 18 meses.
La Niña - Resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, alterando a climatização global. Pode ser intensa a ponto de levar frentes frias para o Norte e Nordeste do Brasil, causando fortes chuvas no verão e invernos áridos no Sul do país. Chega a durar dois anos.
Protocolo de Quioto - Tratado internacional assinado por 175 países que se comprometeram em reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa. 55% dos países responsáveis por 55% das emissões dos gases tiveram que ratificar o acordo para que ele pudesse entrar em vigor. O último país a fazer parte foi a Rússia, em novembro de 2004, fazendo-o vigorar em fevereiro de 2005. Os países signatários tem até 2012 para diminuir em 5,2% suas emissões, para cumprir a primeira parte do acordo.
Agenda 21 - Criado durante a Eco 92, no Rio de Janeiro, o documento cria uma série de diretrizes para que os países possam crescer de forma sustentável, com ações conciliadores de proteção econômica, social e ambiental. Originalmente, 175 países assinaram um acordo para respeitar as condições da Agenda.

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