terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Faleceu Vítor Alves, um dos líderes da revolução democrática do 25 de Abril de 1974, em Portugal



Vítor Alves, um Homem da Liberdade, um Capitão de Abril, um dos mais brilhantes e moderados ideólogos da Revolução dos Cravos, a insurreição militar e popular que encerrou, em  25 de Abril de 1974, uma das mais longas ditaduras da Europa do séc. XX, os tristes e obscuros 48 anos de "salazarismo" que mantiveram Portugal numa longa noite de atrazo face à maioria dos países europeus e em que a maioria dos portugueses defensores da democracia, dos direitos humanos e do progresso, que tinham a ousadia de expressarem as suas posições, arriscavam a liberdade e até a vida.
 
Vítima de doença prolongada, faleceu  domingo (9), em Lisboa, aos 75 anos, o coronel Vítor Alves, um dos mais destacados integrantes do grupo de capitães que desencadeou a Revolução dos Cravos - 25 de Abril de 1974, instaurando no país um regime democrático. O funeral será realizado hoje.
Membro da direcção permanente do Movimento das Forças Armadas (MFA), ao lado de figuras como Otelo Saraiva de Carvalho e de Vasco Lourenço, Vítor Alves ficou também conhecido pelo seu estilo contemporizador no auge do processo revilucionário em Portugal.Pertenceu ao Conselho de Revolução e foi ministro dos II e III Governos provisórios.

Em 1982, foi nomeado conselheiro do então Presidente da República, Ramalho Eanes, ano em que passou à reserva como militar e foi extinto o Conselho da Revolução. Passou à reforma do Exército em 1991.

Durante a vida militar, esteve colocado em várias unidades, incluindo nas então colónias portuguesas de Angola e Moçambique, onde permaneceu 11 anos.

Recebeu em Portugal vários louvores e condecorações, entre os quais a Medalha de Mérito Militar e a Medalha de Comportamento Exemplar de Prata.

Vítor Alves foi nomeado para o cargo de ministro sem pasta em 1974, tendo exercido essas funções até 1975. Nessa qualidade foi responsável pelas pastas da Defesa Nacional e da Comunicação Social, tendo visto aprovada, por sua iniciativa, a primeira lei de imprensa pós-25 de abril, que vigorou até 1999. Foi também porta-voz do Governo. Desempenhou funções de ministro da Educação e Investigação Científica em 1975 e 1976.

Em 1985, foi candidato independente pelo PRD às eleições legislativas; depois, foi candidato à presidência da Câmara de Lisboa (1986) e ao Parlamento Europeu (1987). Participou na fundação da Associação 25 de Abril e posteriormente no conselho de acompanhamento do ministro da Justiça (1997-2000). Em 1983, Vítor Alves recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Era atualmente coronel na reserva.

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