QUE MUNDO ESTAMOS A DEIXAR PARA OS NOSSOS VINDOUROS ?
Neste espaço de livre pensamento e afirmação de posições cívicas e políticas, independentes de partidos e de lugares de origem das situações abordadas, venham elas donde vierem, de qualquer parte deste nosso planeta, o que conta são as abordagens que se comprometam com a procura da verdade, da justiça, e da razão, dos Direitos Humanos, e da Paz, o combate à fome e a todas as injustas misérias que grassam neste "admirável mundo novo" de uma globalização que, por agora, tem mais perversidades para evidenciar do que benefícios e contributos para diminuir as profundas desigualdades entre diferentes comunidades humanas. Também aqui, no Pro-Civitas damos espaço à defesa do planeta, nossa casa mãe.
Considerando estes objectivos e compromissos editoriais deste Blog, todas as colaborações dos nossos leitores são bem-vindas, desde que as matérias próprias - dos editores ou dos colaboradores do blog - sejam textos próprios ou repescados de outros órgãos de comunicação, o que se pretende é que suscitemos aqui, reflexões livres que a todos os nossos leitores coloquem questionamentos que respondam às preocupações e angústias muito próprias dos dias de hoje.
Apesar das democracias formais se terem multiplicado no planeta, e de neste começo do séc.XXI, continuarmos a testemunhar, quase todos os dias, a espantosa velocidade de incríveis avanços em ciência e tecnologia que, aparentemente, poderiam contribuir para um Mundo Novo e um Novo Humanismo que teria todas as condições para uma Globalização do Progresso dos Índices de Desenvolvimento Humano e da Solidariedade Social, abrangendo todos as comunidades humanas de todo o planeta, o avanço dos excluídos deste progresso, que morrem à míngua das satisfações das mais elementares necessidades de sobrevivência, não pára de aumentar.
Mas, infelizmente, o célebre PIB (Produto Interno Bruto) ainda fala mais alto, que o quase ignorado IDH (Índíce de Desenvolvimento Humano), porque este é que põe a nu a verdade sobre se a velha teoria de Adam Smith sobre "A Riqueza das Nações" está ou não defunta e já embalsamada, ou se nos devemos questionar como se forma o tal índice de PIB e, principalmente, de como esse Produto Interno bruto é distribuído pelo todo de uma população de um país e em que escalões de distribuição e seus diferenciais se processa a políticca de rendimentos e fiscal, os retornos do estado em saúde, educação, cultura e segurança social e em infra-estruturas de base.
É, pois, no IDH e não no PIB que está o reflexo da verdade social da Riqueza das Nações e do nível de Bem-Estar e felicidade de uma população.
A propósito das próximas eleições gerais em Brasil e em Portugal, ocorreu-me transcrever, aqui, hoje, a passagem de um ensaio meu, apresentado em Junho passado, numa palestra em Lisboa, no quadro das Celebrações dos 100 anos da Constituição da República Portuguesa (1910-2010), subordinada ao tema: "REPÚBLICA E REPUBLICANISMO"
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Apesar das democracias formais se terem multiplicado no planeta, e de neste começo do séc.XXI, continuarmos a testemunhar, quase todos os dias, a espantosa velocidade de incríveis avanços em ciência e tecnologia que, aparentemente, poderiam contribuir para um Mundo Novo e um Novo Humanismo que teria todas as condições para uma Globalização do Progresso dos Índices de Desenvolvimento Humano e da Solidariedade Social, abrangendo todos as comunidades humanas de todo o planeta, o avanço dos excluídos deste progresso, que morrem à míngua das satisfações das mais elementares necessidades de sobrevivência, não pára de aumentar.
Mas, infelizmente, o célebre PIB (Produto Interno Bruto) ainda fala mais alto, que o quase ignorado IDH (Índíce de Desenvolvimento Humano), porque este é que põe a nu a verdade sobre se a velha teoria de Adam Smith sobre "A Riqueza das Nações" está ou não defunta e já embalsamada, ou se nos devemos questionar como se forma o tal índice de PIB e, principalmente, de como esse Produto Interno bruto é distribuído pelo todo de uma população de um país e em que escalões de distribuição e seus diferenciais se processa a políticca de rendimentos e fiscal, os retornos do estado em saúde, educação, cultura e segurança social e em infra-estruturas de base.
É, pois, no IDH e não no PIB que está o reflexo da verdade social da Riqueza das Nações e do nível de Bem-Estar e felicidade de uma população.
A propósito das próximas eleições gerais em Brasil e em Portugal, ocorreu-me transcrever, aqui, hoje, a passagem de um ensaio meu, apresentado em Junho passado, numa palestra em Lisboa, no quadro das Celebrações dos 100 anos da Constituição da República Portuguesa (1910-2010), subordinada ao tema: "REPÚBLICA E REPUBLICANISMO"
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Devemos condenar e combater, sem medo de melindrar grupos ou corporações de interesses, a incompetência, a falsidade, o desleixo, a corrupção, verdadeiros inimigos da democracia e dos Valores do Republicanismo, vírus mortais que podem abrir caminho ao regresso de todos os desequilíbrios sociais e de desgovernação e que, hoje em dia, conduzem às degenerescências revoltantes das ditaduras dos capitalismos financeiros selvagens, que entronizam o mercado sem regras como um Novo Deus amoral.
Esta via tortuosa e pérfida, egoísta, individualista, consumista, de visão de curto prazo, que abandona os interesses públicos (da Rés Pública) e só conhece interesses privados, pode oferecer oportunidades às aventuras totalitárias, ou a regimes pseudo - democráticos musculados, caudilhistas, ou sem autoridade, por estarem reféns dos interesses do poder financeiro, que canibalizou, em muitos casos, a economia real e o próprio estado, em que a missão nobre da política cedeu lugar aos interesses de grupos partidários que apenas aspiram ao poder para, por seu intermédio, servirem os interesses de corporações.
Também a propósito, transcrevo um poema meu que é, simultâneamente, um alerta, uma denúncia e uma reflexão sobre o que, mesmo em democracias formais, pode ocorrer como derivas e desvios em nome e a coberto da democracia. Por isso, como dizia o famoso 1º. Ministro Inglês Winston Churchil, " devemos defender, vigilantemente, a democracia, porque, apesar de tudo, é o pior de todo os sistemas.... com excepção de todos os outros!" DEMOCRACIA E LIBERDADE
Diz-se que a democracia
É o regime da Liberdade !
É sempre assim, será verdade ?
Diz-se que quem governa
São do povo representantes.
É o povo quem mais ordena !
Diz-se que sempre o povo
Tem na mão a sua arma,
Invensível, que não desarma:
É o voto da mudança
É o acto da correcção
Do rumo da governação
Que se sensura em liberdade !
É sempre assim, será verdade ?
Diz-se que em democracia
Direitos Humanos são para valer.
Liberdade, Igualdade, Solidariedade
São o norte da política,
São bandeira para erguer
E os desfavorecidos da sorte
Têm toda a proteção
Do nascimento até à morte !
Habitação, saúde e educação,
São Direitos de Constituição.
A razão a justiça e a verdade
São uma Lei de Igualdade !
É sempre assim, Será verdade ?
Há quase três séculos que se construiu
Esse Templo da Utopia
Da Cidade que seria a Ideal !
E será que ao tempo resistiu
Esse farol que a todos guia
Para um um Mundo Fraternal ?
Dizem que a democracia
é o triumfo da Verdade !
É sempre assim, será verdade ?
É que eu ando preocupado
A observar o que nos rodeia
E estou a ficar revoltado
Com tanta coisa que se falseia !
Vejo muita contradição
Em tudo o que está errado.
Vejo “um manicómio em acção
Muito mal frequentado” !
Vivemos nas democracias
uma tal competição
Que até simples alegrias
São motivo de paixão !
Vejo nestas democracias
Tantas formas de exclusão,
Que lembram algumas tiranias
Da República de Platão,
Que avisavam que as demagogias
Eram um perigo uma traição
E nisso tinham razão !
Mas expulsavam minorias
De poetas, de artistas, em perseguição
Temendo que dar asas às fantasias
Fazem pensamentos em ebulição !
E hoje em dia, como estão as democracias ?
Estão já plenas de bondade ?
É sempre assim, será verdade ?
É o povo quem mais ordena ?
Ou a tirania de quem governa ?
Os eleitos para servirem o bem comum
Corrompem-se sem pudor algum !
Enriquecem com desonestidades
E atropelam as liberdades !
Manipulam as opiniões
Para enganarem corações
Com promessas nunca cumpridas
Sobre justas aspirações
Adiadas ou esquecidas !
Decidem contra a Justiça,
o Direito e a Razão
e com todo o despudor
servem-se da governação !
Mas, então a democracia
Não é o regime da Liberdade ?
Não é a melhor via
Para a Justiça e Solidariedade ?
É sempre assim, será verdade ?
Que dizer das democracias
Que ao povo não dão razão ?
E usam de demagogias
Para “fabricarem” opinião !
E deturpam as democracias
Para justificarem a traição
De em vez da Paz fazerem a guerra
Para alimentarem a louca ambição
Dos poderosos da Terra,
Sem amor e compaixão
Pelo povo de que se servem
Como “carne para canhão”,
Matando civis inocentes
Homens, crianças e
mulheres em gestação,
Semeando o ódio e a raiva
Sem a mínima piedade,
Enriquecendo alguns poucos,
Empobrecendo a humanidade,
E sem legítima justificação
Destroem tanta cidade
Que “os operários em construção”
Ergueram em séculos de idade !
E tudo porque exploram a Terra
Com uma economia de guerra,
Depradando o Planeta – Aldeia
Como famintos lobos em alcateia !
Mas então a democracia
Não é um modelo de Solidariedade ?
Não é a mais humana via
Para o progresso em Liberdade ?
Não é a grande utopia
Para uma melhor Humanidade ?
É sempre assim, será verdade ?
É que tenho a interrogação
Que me angustia o coração:
Se a democracia é ciência
Como explicar tanta demência ?
Se a democracia é amor
Como explicar tanta dôr ?
Se a democracia é civilização
Como explicar tanta exclusão ?
É a democracia o reino da Liberdade,
Da Igualdade e da Solidariedade ?
É sempre assim, será verdade ?
Carlos Morais dos Santos
In Sossego Intranquilo,Hugin,2003
Cônsul (Lisboa) da S.I. Poetas Del Mundo
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